Essa foto, colhi-a no próprio Facebook e o site a censurou. |
A foto erótica com o Presidente
Queridos amigos leitores, que semana! Três rapazes vazios,
dois deles com suas namoradas que imagino também bobíssimas, passaram num
luxuoso Corola pelas ruas do Marista, no circuito dos bares de jovens,
provocando transeuntes. Um deles responde ao xingamento e paga caro – morre a
tiros.
Nossa principal mandatária não muda o tom de palanque em seus
discursos desprovidos de conteúdo e lógica, repetindo pateticamente “é golpe!”
– para a alegria da militância impensante (acho que isso é redundância). O PMDB
começa a se alegrar, o senador Serra já fala como possível ministro de um mandato-tampão
de Michel Temer.
Existe hoje, no país uma legião imensa de antipatizantes dos
dois lados, pessoas que não querem mais o PT no governo, mas não querem também
PMDB nem PSDB. E menos ainda o DEM ou, nos degraus mais abaixo, os múltiplos
partidos de aluguel que, por se alinharem com o poder, são chamados de “base
aliada”.
Cansei dessa discussão estéril. Esse impeachment repete 1992, com a oposição se regozijando e o alvo do processo
falando em golpe. A diferença é que, naquele tempo, tínhamos um vice-presidente
que não tinha ranços de más atitudes. Como o vice de Lula, José Alencar. Agora,
porém, são a farinha, a massa, a liga e o cheiro do PMDB que contaminam o futuro.
Tivéssemos um herdeiro de Pedro Simon no PMDB, ou um legítimo seguidor de Mário
Covas no PSDB, respiraríamos aliviados.
Então, veio-me à memória o presidente Itamar Franco. O vice
sem vícios nem amarras, para completar o mandato de Fernando Collor – e o fez
com dignidade e respeito, com maestria e competência. Veio dele a solução para
o nosso crônico e antigo problema da inflação – e FHC apareceu dizendo-se o pai
da obra. Ora, sei...
Itamar exerceu com dignidade, eu disse. Mas era um homem, um
ser humano sujeito a pequenos deslizes. Não o vimos em saques sorrateiros à
Petrobrás, à Eletrobrás ou ao BNDES ou à Caixa Econômica, ou ainda aos cofres
do INSS e do FGTS. O que nos ficou foi aquela foto ao lado de uma moça, que
saíra de um desfile no carnaval de 1993. Um fotógrafo oportunista (faz parte do
ofício, eu sei; meu registro jornalístico é de RF, ou seja, Repórter
Fotográfico) documentou a alegria do presidente que, naquele momento, não sabia
(ainda, talvez) que a moça não usava a mais íntima das peças íntimas da indumentária
feminina. E sua genitália ilustrou a foto mais badalada daquele carnaval, foi
capa de revista e muitos veículos da mídia impressa em todo o mundo a divulgou.
Bem: eu achei a foto e a postei no Facebook. Dois ou três
dias depois, fui informado que a Rede Social removeu a minha postagem – mas a
mesma foto rolava em páginas de outras pessoas; eu postei um texto criticando
quem denunciou aquela foto (que já tem 23 anos) por excesso de purismo, de
religiosidade, por implicância pessoal ou, sendo masculino, por não gostar da
coisa; e sendo feminino, por não ter desfrutado do privilégio de ser mostrada
ao mundo naquelas circunstâncias. Em poucas horas, já eram centenas os
comentários sobre o tema.
Ora... teoricamente, o Facebook é para maiores de 18 anos. A
genitália à mostra estava em situação de inocência; o presidente da República,
de mãos dadas com a moça, não saberia, naquele momento, que seu provável
“objeto de consumo” estava por tornar-se famoso. Mas passei por um
quase-constrangimento ao ser tratado como alguém que abusou da imagem de
alguém.
O que eu quis demonstrar, queridos leitores e bons amigos,
foi que os grandes escândalos também se modificam conforme a época. Na de
Itamar, era a xereca da moça que ele decidiu paquerar. Na de FHC, as
misteriosas e jamais claramente explicadas privatizações. Na de Lula e Dilma,
tudo isso que não posso listar por falta de espaço e por notoriedade.
Durma-se com uma confusão dessas!...
*****
Luiz de
Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
4 comentários:
Caro amigo Luiz de Aquino, mas, não podemos esquecer de que o homem de camisa azul, ao lado do Itamar, é - nada mais, nada menos - o dito doleiro Youssef, campeão de delações lava-jatísticas. Pois é... Abraços e bom domingo.
Luiz De Aquino Alves Neto: deve ser mais uma lenda da internet. À época da foto, o doleiro estava com 26 anos, suas estrepolias restringiam-se ao seu rincão (Paraná), e não teria cacife nenhuma de freqüentar um camarote ao lado do Presidente.
Não tem como ser o tal doleiro, naquela época ele vivia entregando panfletos para a eleição do Centro Acadêmico da sua faculdade e trocando cruzeiro por Guarany (Obs. Não me refiro aos times).
Golpe foi o que Lilian Ramos deu fazendo o presidente passar por esse vexame, o qual deveria escolher melhor com quem anda. Querendo ou não, o cargo exige alguma pompa e circunstância. Quanto aos imbecis do Facebook, que denunciaram a foto são uns tolos. E que se deletem espontaneamente.
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