Páginas

sábado, setembro 02, 2006

“Foguinho” caiu na brasa...

.

Eis aí a vida imitando a arte, de novo! É que as coisas reais superam qualquer imaginação. Ou melhor: somos muito mais exigentes, como leitores, do que como consumidores desse artigo maior que Deus nos dá de graça: a vida.


Se João Emanuel Carneiro pusesse na telinha uma trama como a que se viu no DM desta quinta-feira, 1º/09, tendo Ernani de Paula como “autor” e Osvaldo Pereira como protagonista, a gente daria boas risadas ou passaria alguma raiva (como a que não consigo evitar quando Lília Cabral incorpora Marta, em Páginas da Vida, de Manuel Carlos). Mas, meus queridos, não: essa pantomima política foi arquitetada por um ex-marido sequioso de reconquistar sua Dulcinéia; e escolheu ninguém menos que “Foguinho” para seu Sancho Pança.

Bem, Goiás não é “la Mancha” e Ernani sequer ostenta a “triste figura”. Osvaldo, coitado, ouviu o canto da sereia, que parece ter o corpo inverso: pernas ágeis para boas rasteiras e a parte superior de peixe não escamado: pois a trama é digna de um cabeça-de-bagre. Imaginem a lucubração do ex-prefeito de Anápolis: “Denuncio o Osvaldo no Fantástico, jogo Maguito e Cidinho em desgraça e Demóstenes se elege; com isso, Sandra se torna senadora e volta pra mim”. Osvaldo, em vez de Sancho Pança, tornou-se o Foguinho de Cobras & Lagartos.

O moderno Don Quixote, porém, não contava com ligeiras adversidades dos tempos de agora. Câmeras ocultas não são para qualquer um; edição de imagens é para peritos (e olhe lá! “Tem sempre um que é mais esperto”, cantou Vinícius de Morais há mais de trinta anos).

Pois bem: os que agridem Lula, perdem votos; os que agridem Maguito, perdem votos; os que agridem Cidinho, perdem votos. O eleitor não quer mais baixaria − até porque já não confia mais em políticos e o Congresso Nacional, feito de duas casas fazedoras de leis, não se dá ao respeito. O eleitor entende, sim, que o que tenta mostrar a desonestidade do concorrente está, mesmo, é escamoteando a sua própria. Sei que não se deve − nem pode − generalizar, mas é essa, infelizmente, a “leitura” que faz o (e)leitor. E ele, o povão, não chegou a tal conclusão sozinho...

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, meu amigo Poeta. Essa Crônica não e nada mais nada menos do que a mais pura e verdadeira voz do Povo. Estevi conversando com meus amigos e todos estão pasmos,desconsolados e desmotivados, diante de tanta corrupção e impunidade. Não encontro aqui, nenhuma pessoa empolgada a votar..." Votar pra quê? Votar pra Quem?...
AMARÍLIS

Anônimo disse...

Oi,meu querido poeta."Foguinho"
caiu na brasa...É, caiu, e caiu feio...Essa sua crõnica está ótima, ela fala literalmente de nossa triste realidade.
Muitos "Foguinhos"...Sem ética, sem moral,desonestos, crueis,e desumanos, não se preocupam em fazerem uso de todos, e quaisquer meios, para conseguir os fins desejados.Imaginam, que somos todos idiotas, e que só eles os "Foguinhos"...São espertos.Porém
é um ledo engano, eles podem trapa
cear por um longo tempo, mas não podem trapacear por todo o tempo,e
por conta de suas "espertezas", estão, ou estarão assados em brasa.
Pena que sobram "brasa"para nós.
Uma outra situação triste e real,
é que personagens iguais ao de Lília Cabral, fictícios ou reais, têm agradado grande parte da populaçao.Está acontecendo, ou já
aconteceu uma inverssão de princípios e valores?Não sei! Só sei que precisamos seguir sempre, e
sem perdermos a esperança.
No mais, que Deus tenha pena e compaixão do Brasil!


Meu querido e preferido poeta Luiz de Aquino, mas uma vez meus
parabéns!!!É sempre muito bom ler
poeta!

Beijos.

Lêida Gomes




















Beijos.
Lêida Gomes