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quinta-feira, novembro 29, 2007

Uma crítica


A professora Maria de Fátima Gonçalves Lima, da Universidade Católica de Goiás, enviou-me a seguinte carta-crítica:


Prezado poeta Luiz de Aquino,

Sempre leio suas crônicas e gosto muito do seu estilo que centrifuga as verdades do meio cultural e político de Goiás. Seus textos se abrem ao mundo exterior e aos seus problemas com "engenho e arte", como diria Camões.

Seu elemento de trabalho é a arte da palavra e a matéria-prima da literatura é a realidade humana. Você, como um poeta e cronista, vive em consonância com o universo e procura ver mais intensamente as coisas-palavras. Sentindo e observando sua realidade, realiza um trabalho lingüístico particular que tem, pelo menos virtualmente, o poder de se tornar social, de exercer influência direta ou indireta sobre outras pessoas. E, acrescentando ainda, algumas considerações sobre o seu trabalho:

Afirmo que o poeta e cronista Luiz de Aquino sente e registra, poética e ensaisticamente (em textos, também, balizados por marcas de artigos jornalísticos e filosóficos) seu tempo com intensidade, lirismo e uma sátira singular.

Do seu posto de intelectual, de homem observador e sensível, Luiz de Aquino testemunha e registra o drama e a comédia do meio cultural e político de Goiás e do Brasil de sua época. Suas crônicas documentam acontecimentos sociais, encontros dos intelectuais, estado lamentável do sistema educacional do Estado, os caminhos da cultura, as incoerências e o avesso dos pensamentos ou mentes que dominam o nosso sistema político ou intelectual e outras situações dantescas que são hilárias para uns, mas trágicas para aqueles que acreditam em valores, ética e bom senso.

Assim, a crônica do Luiz de Aquino tem a astúcia de satirizar e de quebrar o bloco do imutável e normal dos acontecimentos da nossa sociedade, os escândalos da palavra inconveniente, os gracejos, os desmascaramentos, as paródias, situações inusitadas ou insólitas. Sua crônica é fundada numa visão que filosofa ao mesmo tempo em que apresenta uma carnavalização do cotidiano na cultura goiana. No entanto, o ludismo da crônica de Luiz de Aquino atenua o que poderia ser dramático e acrescenta colorido e alegria aos contrastes que marcam a vida humana.

Maria de Fátima Gonçalves Lima

6 comentários:

Mara Narciso disse...

Luiz,

Os anos passam e você não perde a perspicácia e o desejo de opinar. Muito bem falou a professora, pois você é bem isso: um eternamente irriquieto observador e crítico sagaz do cotidiano.
Mara Narciso

Madalena Barranco disse...

Olá Luiz, estou encantada com o texto da Maria de Fátima sobre você. Ela descreveu o que esta leitora Madalena e com certeza outros também ,sentem quando lêem L.A. Beijos.

Anônimo disse...

sylvinhoqueiroz:
meu nobre e brother poeta,

a professora da Católica sabe tudo...

Raquel disse...

É a primeira vez que venho aqui e amei!!
Parabéns pelo blgo!
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Anônimo disse...

Oi, Luiz.

Ótima , a carta-crítica de Maria de Fátima Gonçalves Lima. E muita justa com você: observador sensível , escritor destemido, poeta atento à realidade que o envolve...Assim são os poetas: " antenas da raça"...
Seriam os escritores inúteis? Que infelicidade de expressão do "nobre político". Sincera e corajosa, a sua crítica.
Admiro esta atitude, nunca ficar, por nenhum motivo, em cima do muro...
Parabéns!
Abraço
Mariza

Renata Christina disse...

Vim conhecer o seu blog. Fiz um agradável passeio, parabéns!