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terça-feira, outubro 05, 2010

Tarde de Letras na PUC Goiás

































Lições de versos





    




      A convite da professora Fátima Lima (foto acima), estive, na semana passada, com mestrandos de Literatura da PUC de Goiás. Gosto muito de revisitar minhas antigas casas - o Colégio Pedro II, no Rio; o Lyceu e a PUC, em Goiânia. Desta vez, pude aprender muito com professores que buscam o mestrado em Literatura: ouvi trabalhos sobre Carlos Drummond de Andrade e valeu a pena; ouvi outro, em torno de Castro Alves e Manuel Bandeira, e outra vez aprendi muito, até porque aprender sobre poesia e poetas é duplamente prazeroso. 





O grupo que estudou Carlos Drummond de Andrade



E as meninas que analisaram Castro Alves e Bandeira 




         Por fim, surpreendi-me com três dos professores-estudantes que gastaram seu precioso tempo em torno de dois poemas meus, inseridos no meu livrinho mais recente - De Amor e Pele, da III rodada da  coleção "Goiânia em Prosa e Verso", com os timbres da Prefeitura de Goiânia e da Editora da PUC de Goiás.



Fernanda, Norival e Leandro


            Quem se atreveu a isso? Os professores (em breve, mestres) Norival Bottos Júnior, Leandro Rocha Resende e Fernanda Rocha Bonfim. Escolheram, pois, dois poemas: 




Rotas




Caminhos do teu corpo, 
eu os conheço. Não têm o rigor de estradas, 
mas a amplidão do planalto, o frescor das planícies 
e a vista aprazível dos picos. 
Mas, ah, como gosto! 
Gosto mesmo 
é de explorar teus vales...


Teu corpo... 
Vontade de percorrê-lo todo 
em carícias de mãos e lábios

com a demora devida 
em calor ou volúpia.


Teu corpo
me conta coisas simples, 
fatos banais, coisas de rir 
e sentir. Fatos de andar por aí 
ou de tentar medir o horizonte...


Ah, teu corpo!...







É noite, Fêmea!















Novamente noite e quente
como se perene fosse o tempo de verão.
Inverto as horas, durmo tardes. Em vigília
curto longas madrugadas.

Nas veias, líquido fino de âmbar, ou éter
álcool incidental no elixir dos deuses.
Convenço-me da fé que me mantém de pé
na espera certa do colo farto e cálido.

Não acredito nas bocas quentes que me amam
porque o amor não reconhece firma, nem afirma
lealdade a uma vestal boêmia.

Prefiro as águas a cair do céu,           
pérfida lama a acolher-me ao léu
que o beijo falso de uma falsa fêmea.





Ruzileide e eu


            Infelizmente, deixo de publicar aqui os estudos dos meninos (sim, no pedestal dos meus sessenta e cinco aninhos, posso muito bem chamá-los, todos, de meninos) porque ainda não recebi deles os textos. Assim que os tiver em mãos, virão, obviamente, para este espaço. Por enquanto, ficam nossas imagens numa tarde feliz! (Para mim, ao menos).





  



* * *

6 comentários:

Paula Valeria Andrade disse...

Parabéns Luiz, que legal !

Está bem bonito o blog.

Sucesso,

Abçs,

Paula

Gilberto Mendonça Teles disse...

Parabéns, meu caro Luiz. O seu amigo

Gilberto

José Carlos Barbosa disse...

Luiz, não vou dizer que voce mereceu, porque é repetir demais o texto: "que voce mereceu", ....................mas que voce mereceu, mereceu.
Abraços,
zecarlos

Sinésio Dioliveira disse...

Depois que o verbo se fez carne, surgiu o "vale", a gruta, o fosso, o osso... Parabéns pelos dois poemas, sobretudo o primeiro, que percorreu bem o "vale".

Mariana Galizi disse...

Luiz, há muito o que se dizer dessa crônica... norteada pelos seus belíssimos poemas.
Mas furto-me somente a comentar que os louros são teus, e demasiadamente merecidos.
O reconhecimento que está vivenciando é raro, visto a cultura (não somente nossa) de valorizar-se a literatura somente no tenebroso "pós-mortem".
Estou feliz em ver isso acontecer e poder enxergar o mesmo que enxergam os "meninos" que lhe estudam: que nossa arte da pena não é de todo penosa, mas sim rica e que a sua alça caminhos surpreendentes e provocativos. Parabéns.

Mariana Galizi disse...

Luiz, há muito o que se dizer dessa crônica... norteada pelos seus belíssimos poemas.
Mas furto-me somente a comentar que os louros são teus, e demasiadamente merecidos.
O reconhecimento que está vivenciando é raro, visto a cultura (não somente nossa) de valorizar-se a literatura somente no tenebroso "pós-mortem".
Estou feliz em ver isso acontecer e poder enxergar o mesmo que enxergam os "meninos" que lhe estudam: que nossa arte da pena não é de todo penosa, mas sim rica e que a sua alça caminhos surpreendentes e provocativos. Parabéns.