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sexta-feira, maio 04, 2012

Escritores goianos são marginalizados em Pirenópolis


Flipiri – o autor na lateral
Na noite de quinta-feira, 3, deu-se a abertura da IV Flipiri – Festa Literária de Pirenópolis. O evento vem se realizando, pois, desde 2009, promovido por uma empresa de Brasília e,  embora conte com o apoio pleno da Prefeitura, os autores goianos vinham sendo discriminados: não foram convidados para a primeira festa; na segunda, incumbiram-me de formar um grupo para atuar no evento, e o fiz (nosso evento ficou isolado na programação, sendo o último item do programa, no mesmo horário em que se procedia à apoteótica sessão de encerramento, noutro local; na terceira, houve um convite para participarmos de um momento de autógrafos – sob o sol das onze horas, à sombra tórrida de uma tenda ao lado de onde se montou a livraria – exclusiva dos promotores, cobrando dos autores goianos uma comissão de 50%. E a participação em debates, como o que fizemos sobre a vida e obra de José J. Veiga, bem como de um sarau. Este ano...
Este ano o convite para a participação enfatizou apenas o evento das 11 horas de sábado, dia 5. O convite, na voz do secretário de Cultura do município, ao telefone, veio com o regozijo por terem conseguido patrocínio da Petrobrás. Na contracapa do folheto com a programação, constam ainda patrocínios de Governo de Goiás, por alguns de seus órgãos, bem como do BNDES e dos Correios. Mas não se fala em remuneração aos autores locais, nada de aquisição de livros... Ao que fui informado, livros adquiridos só mesmo os indicados pela promotora do evento – mas há rumores de que tais livros não chegam às escolas, ainda que adquiridos na proporção de um livro por aluno – e por titulo – porque a Prefeitura não os encaminha. E goianos não vendem livros lá. A não ser a venda de mão em mão.
Não se inserem goianos na “itinerância”, que é o ciclo de palestras nas escolas. Essa função é da exclusividade dos autores que integram o grupo da promotora, mas também estes são vilipendiados: seu cachê é da ordem de R$ 100,00 por palestra, o que rende a um autor, ao longo de seis dias, algo próximo de R$ 600,00 (pagos com atraso de meses). Mas autores de projeção nacional, estes são pagos na razão de R$ 2.000,00 e até mais por palestra! Goianos, não. (No ano passado, Elisa Lucinda foi gratificada com R$ 10 mil por apenas uma palestra e exigiu que só daria um autógrafo por pessoa, para não estender o tempo de permanência previsto em contrato).
Por essas razões, embora meu nome já constasse da programação, ao lado de outros escritores goianos, sem mesmo termos sido consultados antecipadamente, respondi que não compareceria. Mas, à última hora, fui designado pelo acadêmico Getúlio Targino Lima, presidente da Academia Goiana de Letras, para representá-lo e a entidade no evento de abertura. Fui.
Fui, mas não participei. Retirei-me do recinto da solenidade nos primeiros minutos. Um jovem bem apessoado, muito bem vestido, desconhecido e desprovido de condições mínimas para a função, fazia o cerimonial. E tentou pronunciar “Pirenópolis”, só o conseguindo na terceira arrancada. Depois, referiu-se ao vigário católico como “parôco” (pároco). E, ao anunciar o representante da Academia Goiana de Letras, acertou apenas no nome da entidade: definiu que a primeira  partícula do e-mail de Getúlio Targino era o nome do presidente da AGL e que seu representante seria o próprio.
Dirigi-me ao prefeito, reclamando da confusão que o apresentador fazia. Ao lado do alcaide estava a moça promotora do evento. Ouvi de Nivaldo Mello que “ele não é daqui, não sabe nada de nós”, mas isso não satisfazia: o moço é, no mínimo, um analfabeto funcional – mas ganha a vida como se profissional fosse.
Aos autores, nada!
Retirei-me, sob as tentativas de José Mendonça Teles e Aidenor Aires para que não o fizesse. Recusei-me a legitimar aquela pantomima. Se o moço é despreparado, a culpa cabe a quem o contratou. E não foi a primeira vez que, lá mesmo em Pirenópolis, ouvi apresentador chamando padre de “parôco” e complicando-se ao ler nomes próprios.
Finalizando, reproduzo a seguir trechos da fala da ministra Ana de Holanda no Senado da República, há poucos dias, sobre o tratamento que se dá aos autores no Brasil:
“Eu fico assustada quando vejo uma campanha pelo retrocesso em relação a essas conquistas. Essas campanhas sempre partiram dos grandes grupos econômicos, como agora também, em que estão fazendo uma campanha. Não, não! O autor... O autor não vive de vento; o autor vive do seu trabalho; ele escolheu essa profissão; estudou para isso; ele vive do seu trabalho. Quer dizer, podemos pensar, sim, temos que pensar no consumidor. E o autor não faz nada para pôr na gaveta, é claro. O criador faz para mostrar, para apresentar, para entregar ao público. Então, é fundamental que ele tenha acesso, seja pelos meios de comunicação tradicionais, seja pela Internet, seja pelos meios digitais mais modernos, mas ele tem que viver do seu direito autoral”, ressaltou.
“Muitas vezes me acusam de ser uma pessoa presa ao passado. Não, não sou presa ao passado. Eu sou presa aos direitos conquistados com muita dificuldade, ao direito à dignidade, às conquistas e direitos sociais, trabalhistas e humanos que existem” (Ana de Holanda, ministra da Cultura).
* * *

19 comentários:

Sinvaline disse...

Ah sim se todos abrissem a boca para denunciar...
Luiz é triste ver o descaso que Goias faz de seus escritores.Será que não viram ainda como o poeta Luiz de Aquino, J Veiga, Afonso Felix e tantos outros são reconhecidos lá fora?
A história se repete: santo de casa não faz milagre...

Osair de Sousa Manassan disse...

É lamentável essa realidade, Luiz. Meses antes da Flipiri, solicitei informações e ofereci alguns exemplares para as bibliotecas do município... Até agora estou esperando resposta. Se acontece com um escritor reconhecido, membro da AGL, imagine com nós, iniciantes.
Acho que a crítica ao evento foi oportuna e o parabenizo pela coerência tão sua.

Unknown disse...

Caro Luiz, ainda bem que temos você, uma voz sempre ativa, que não se dobra às bajulações, como acontece com muita gente por aí. Tem tanto artista que poderia protestar, mas prefere se calar em troca de favores. Você não. Se há algo errado, como essa ridícula Flipiri, podemos contar com textos bem escritos e sinceros, como esse que você publica cá neste blog.

Também fiz uma postagem no Cidade de Pirenópolis (http://cidadedepirenopolis.blogspot.com.br/2012/05/feira-literaria-de-pirenopolis-e-o.html) em protesto ao “esquecimento” de nós, os filhos da terras, os que pegam na enxada das palavras e lavram os pedregosos campos da literatura goiana. Fazemos tanto por Goiás e somos preteridos por autores “de fora”, que não sabem sequer pronunciar o nome da cidade que o acolhe.

Mas nada dura para sempre. No final do ano tem eleições municipais e o povo, que não é bobo, saberá dar a resposta aos atos do gestor público que lá está.

Os governantes morrem, mas os poetas são eternos.

Meus parabéns pela crônica.

Mara Narciso disse...

Que pena que tenha sido assim, Luiz. Quando vi que se tratava de Pirenópolis, imaginei aquele tanto de poesia que você lhe dedica.
Lamentável! Sobre livros, eu faço a minha parte. Compro, leio, divulgo. Mais faria se tivesse tempo, porém ainda preciso trabalhar pelo menos nove horas por dia.

guido disse...

Aquino:
Sou goiano de Anápolis e nunca fui envolvido em nenhum evento goiano. Na I Bienal do Livro e da Leitura, acontecida recentemente aqui em Brasília, não consegui entrar na programação porque falaram que tinha que dar prioridade aos escritores de fora.
Amanhã estarei participando da FliPiri, falando sobre Os desafios do livro: da criação ao leitor. Já falei que não é palestra e sim, uma troca de ideias a respeito dos intrincados caminhos da criação lierária até à concretização da publicação e da leitura pelo leitor.
Acho que o escritor, independente de onde esteja geograficamente morando, tem que ser visto como escritor brasileiro.
Sou solidátio com sua luta.
Abraços
Guido Heleno

Miriam Almeida disse...

Na verdade Luiz, não culpe nossa cidade por isso. Pirenópolis e os pirenopolinos ha muito tempo precisamos de socorro. Deixamos de ser anfitriões em nossa própria casa. Muitas vezes não somos nem mesmo convidados. Essa segregação é a consequência de verbas para a cultura na mão de políticos e autoridades que de cultos nada tem.

Mario Waddington disse...

Aquino, o problema não é só de Goiás, mas de todo o Brasil. Cultura sempre foi uma espécie de “caixa de Pandora” para as nossas autoridades: ou elas abafam ou tentam usá-la a seu favor politicamente, mas sempre com medo de se exporem, já que o lobo é esperto, mas não é culto. Só não entendo a Sra. Ana de Holanda, Ministra da Cultura, se dizendo decepcionada com a cultura brasileira. Por que então ela é Ministra? Para que serve esse cargo, apenas para engrossar o coro dos indignados?
Insista e não desista, já que na vida tudo passa inclusive esses figurantes da nossa história.

José Fernandes, professor e escritor, ex-presidente da AGL disse...

Caro amigo Luiz, parabéns pela sua crônica de hoje,por denunciar estes galos que vem cantar no nosso terreiro, botando-nos para escanteio. Fui convidado pela Sônia para ir lá, como membro do CECULCO, mas me recusei, porque acho um despropósito os escritores goianos serem desprezados em sua própria terra. Isso tem de mudar! Grande abraço, José Fernandes

Marilda Confortin (de Curitiba) disse...

Ô meu poeta Luiz de Aquino! Acabei de ler tua crônical sobre a Flipiri.Que foda, meu! Quando é que vamos mudar essa atitude de desvalorização da prata da casa! Isso parece doença contagiosa! Fez muito bem de sair da solenidade. Beijo e sôdade.

Ridamar Batista disse...

Meu bom amigo
disso eu já sabia antes mesmo de acontecer.
Não se dignaram a convidar nenhuma das Academias vinculadas à vizinhança pirenopolina.
Daí fica mesmo difícil levar este tipo de festa a sério.
Um abraço.
Ridamar

Christie Medeiros de Queiroz disse...

para mim
Parabéns pelo desabafo. É uma vergonha a Flipiri.
E outra, essa livraria única em um evento assim, deixa qualquer um com a pulga atrás da orelha. Ela manda e desmanda a tal da arco-iris... e escolhe o que lhe convém.

Triste

maria luiza disse...

Coragem e determinação.
Parabéns Luiz!
Por essa e outras que você nos incentiva nessa caminhada.

Abraços afetivos
Malulepe

Dominique Miranda disse...

Escritor Luiz de Aquino, acompanhei a luta de vocês, os escribas de Goiás, para ter um lugar de destaque lá na feirinha de quintal de Pirenópolis e deixo aqui o mesmo conselho que dei ao Adriano Curado no Cidade de Pirenópolis. Vocês não precisam dessa gente para fazer acontecer o próprio sonho. E acho até que seria bem melhor a vida sem os governantes. Fazem uma festa com dinheiro público, mas convidam apenas quem lhes interessa, sabe-se lá com qual interesse.

Nuno Rebocho (de Ribeira Grande - Cabo Verde) disse...

Meu caro amigo: o meu afastamento por doença (um AVC) tem forçado ao meu silêncio, de que peço desculpa. Melhorei, para voltar às lides da escrita, ri-me a ler a sua peça... e como eu fui solidário! Infelizmente, essas coisas não são apenas comuns a Pirenópolis. Não sei o que minha amiga Magma diz a isso . Aqui, em Ribeira Grande de Santiago (Cabo Verde), de que eu sou assessor, temos o máximo de atenção com os naturais de cá: às vezes até pecamos pelo excesso.

Edival Lourenço (Presidente da União Brasileira de Escritores/Goiás) disse...

Prezado Luiz, li seu artigo e só tenho a concordar com vc. Eu não fui nem mandei representante. De toda forma que pensei em estar presente me pareceu aviltante, algo de capachismo. No entanto, estou aberto a sugestões para que a UBE negocie uma posição honrosa para nossos autores com essa entidade. Para que nossos autores possam participar com dignidade nas próximas edições. Se vc souber uma forma de aproximação digna dos promotores, vamos trabalhar juntos, inclusive com as demais entidades culturais de Goiás.
Abs.

Iris Borges disse...

Prezado Luiz de Aquino,
sou Iris Borges, a idealizadora e curadora da FLIPIRI.
Vejo, pelo seu texto e pelos comentários dos seus leitores, que há um enorme desconhecimento de como a FLIPIRI funciona.
Vou tentar esclarecer apenas alguns ptos que foram tocados.
A 1ª Festa aconteceu porque eu desejava realizar uma festa literária inspirada na FLIP,porém pequena. Queria mesmo era devolver a Pirenópolis um pouco do muito que já recebi nestes 12 anos que desfruto de minha casa em Piri.
Sempre observei a vocação da cidade para a arte, mas ficou claro logo, que a cidade não era uma terra de leitores, assim como a maioria das cidades brasileiras.
Ora, sou comprometida até a alma com essa causa, há mais de 30 anos.
Uma produtora, ao saber que os Correios tinham aberto sua licitação apresentou nosso projeto e não é que foi aprovado?
E, com parcos 40 mil realizamos a 1ª festa.
A ajuda que a Prefeitura sempre deu foi a disponibilização dos espaços e de seus secretáros de Educ e da Cult, com as pessoas necessárias para a conciliação do que os prof e artistas da cidade desejam .
Nunca foi feito nada apenas da minha cabeça.
Para a 2ªfesta, pedi ao Sec de Cult que indicasse um escritor de Goiania para apresentar sugestões de nomes para a participação no programa.
O senhor mesmo veio e trouxe outros.
Para a 3ªe 4ª, o sr Helder da Rocha Lima se disponibilizou a indicar.
Quanto à itinerância, é um projeto feito com a Casa de Autores, que acompanhou ao longo de alguns anos a formação de professores, sem nenhum ganho financeiro. Os livros são doados em peq quantidades em função dos recursos que conseguimos captar.
O pagamento dos cachês,(q tb são modestos,em função dos pequenos valores captados), só demoram a ser repassados, de acordo com o tempo que levam as entidades patrocinadoras para avaliarem se os recursos foram, de fato, gastos conforme a especificação do projeto.
Os valores citados no seu texto não conferem.
Sugiro que o senhor, ou quem se interessar, passe na Sec de Cult para ver as contas que são públicas.
Em 2012 captamos no BNDES, na Petrobras e no Sebrae-Go.
O estado de Goiás havia sinalizado com um recurso de 30 mil que não foi viabilizado por questões administrativas.
Quanto à Livraria, seguimos o modelo das outras FLIS, que não têem o foco no comercial , disponibilizando basicamente os livros dos autores presentes na Festa e + um peq mix para o público em geral. Como o sr mesmo sabe, os livros são deixados lá, com o desconto de 20% , q é a taxa q é paga ao rapaz para expor e comercializar os livros.
Lembro que há impostos, comissões para o vendedor, taxa de cartão...
Por fim, suas críticas para o cerimonial.
Ano passado levamos um profissional da Tv Senado. Neste ano soubemos de um rapaz que estava cursando a Fac de Turismo de Pirenópolis e que já tinha certa experiência em cerimonial.
Optamos por valorizar a prata da casa e, ele sabe ler, sim, só estava nervoso e um pouco atrapalhado no começo.De resto ele se desimcumbiu direitinho e agora Pirenópolis já tem uma pessoa mais treinada depois desta prova de fogo.
Qto ao fato dos "goianos " a que vc se refere lembro que, em 4 festas tivemos + de 4 goianos homenageados. Cito alguns:
Cora Coralina, Gilberto Mendonça Teles, José Mendonça Teles, Isócrates de Oliveira.
E,reforço, a FLIPIRI nunca teve como objetivo promover escritores goianos ou brasilienses e, sim, FORMAR LEITORES, o que tem sido a paixão que me move há + de 30 anos.
Recordo de qdo o conheci e vc me disse: por que vc está fazendo esta festa? Este sonho era meu. Eu então o convidei para sonharmos juntos pois sonho que se sonha junto é que se torna real.
Se vc deseja fazer um evento literário, faça. Há muito o que fazer, a FLIPIRI não esgota, de maneira nenhuma, a riqueza que o mundo da literatura esbanja.Sei da sua competência e tenho certeza que fará bem feito.
Com respeito! Iris Borges

fábio disse...

mas como formar leitores? não entendi...
;\

Adriano Curado disse...

Li o comentário da Iris, mas não concordo com ela em muitos pontos.
Primeiro, em relação ao cerimonial. Se está cursando turismo em Pirenópolis, tinha pelo menos que saber falar o nome da cidade, isso é básico. Se quisesse valorizar a prata da casa, como disse, teria escolhido gente da cidade, como o Natureza ou o Dedé o Chafariz, que sempre abrilhantam os eventos da prefeitura municipal. Esses, sim, são prata da casa.
Segundo, se ela não tinha a finalidade de promover autores de qualquer lugar, então que telefonasse pessoalmente para os convidados e expusesse que ninguém receberia qualquer quantia que fosse. Mas essa incumbência ficou a cargo daquele moço que está provisoriamente na pasta da secretaria de cultura (e com o qual não quero mais nenhum tipo de contato), que me disse que “apenas” os palestrantes receberiam dinheiro. Quando eu o indaguei se poderia ter pelo menos um lançamento de livro individualizado, respondeu-me que não, pois “pode não aparecer ninguém para comprar livro seu”. Isso são modos de se apresentar ao autor goiano?
Os goianos homenageados são merecedores, sem dúvida, principalmente os irmãos Teles. Mas cadê a participação efetiva, remunerada, incentivante de gente nossa como palestrante, principalmente nas escolas? Por que as academias de letra do entorno de Pirenópolis estão furiosas com a organização da Flipiri? Onde está a participação da nossa Aplam? Que programação é essa que coloca dúzia de autores com o rosto no sol, falando para ninguém, enquanto outra programação acontece simultaneamente?
Mas num ponto sou forçado a concordar com aquela senhora. O projeto da Flipiri é dela, e assim sendo, ela convida quem quiser, determina como cada qual particpará. Caba a nós, os descontentes, criar nosso próprio evento.

vera lucia dias disse...

Vejo uma tentativa de polêmica para ofuscar um evento tão sério e fecundo.

Enquanto algumas pessoas se sentem ultrajadas, esquecidas, amarguradas,com seus egos aborrecidos,centenas de crianças aguardam as visitas dos escritores em suas escolas, formam suas bibliotecas escolares e compartilham com os professores a descoberta do mundo da literatura.
Não seria melhor deixarem suas siglas honrosas, seus títulos acadêmicos em paz por uns instantes e vir trabalhar conosco durante o próximo semestre para visitar as escolas do campo e da cidade para espalhar o nosso enorme prazer de ler? Não estão confusos com tanto a ser feito pelas crianças e jovens que se deixam levar pela disputa e pelo susto ao ver que é preciso sair em campo e trabalhar , trabalhar e trabalhar e deixar trabalhar quem ainda está disposto a isso?

Vera Lucia Dias /escritora/ Vice presidente do Instituto Casa de Autores




e fecundo. Que pena que o trbalho com as crianças que esperam com ansiedade a próxima Flipiri nem sequer é mencionado