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quarta-feira, junho 11, 2014

Padre César, cassado de suas ordens por abençoar homossexuais

Um padre com a visão do hoje

Padre César - um homem bom e de seu tempo.


Conheço o Padre César Luiz Garcia há cerca de 30 anos, ou seja, desde o início de sua vida como pároco católico. Vejo nele um sacerdote com a visão do hoje, ou seja, a consciência de que a sociedade é dinâmica. Ele é um ser humano atual e um religioso consciente de que a dinâmica da humanidade traz fatos e verdades novas a cada instante, sem desvincular-se dos deveres da disciplina e da Lei Canônica.

cEscrevi, quando da morte de Oscar Niemeyer, aos 104 anos, que o Século XX, finalmente, acabou no Brasil; poderia ter dito também que a ascensão do Papa Francisco ao trono de Pedro marcava, para o mundo católico, o começo do Século XXI. Francisco, o Papa, mostra-se tão mais próximo de Jesus quanto mais exerce o amor, e foi assim quando veio ao Brasil e se fez próximo dos mais humildes; foi assim quando questionou a expressão “mãe solteira”; e mostra-se líder amoroso novamente quando acolhe em sua casa, em Roma, os líderes políticos de Israel e da Palestina, unindo-se em oração.

O Papa há de estranhar que a bênção, ministrada por um padre também amoroso, cause ruptura na unidade católica em Goiânia. Padre César não “casou”, isto é, não ministrou o sacramento, apenas abençoou essa união – e se bem aprendi com Carlos Pastorino (o autor de Minutos de Sabedoria), de quem fui aluno em História da Filosofia, em 1963, no Colégio Pedro II, “Tudo o que Deus faz é bom” – logo, não se pode entender como maus os homossexuais, pois são também criaturas de Deus.

A Lei da Igreja, ao que nos contam, não permite que se ministre casamento de pessoas do mesmo gênero, mas  a bênção não é sacramento. A atitude do Arcebispo Dom Washington remete-nos, aos que temos lembranças dos tempos do mais árduo arbítrio, às  medidas similares de cassação dos direitos políticos. Receio que vivamos outra vez um movimento como o que pedia de volta o Padre Luiz, atingido por medidas administrativas da Arquidiocese. Nesses momentos, grande parte dos fiéis se sente órfã de seu pastor. E afastar o Padre César por abençoar o amor de dois homens parece-me como entregar aos lobos uma ovelha por estar com carrapichos.



* * * 


(Luiz de Aquino, escritor, membro da Academia Goianas de Letras)

6 comentários:

Anônimo disse...

A Igreja não precisa e não quer ter sacerdotes e fiéis que a acusam de ser retrógrada e conservadora. O que ela exige é, no mínimo, respeito. Respeito porque os padres e leigos não são obrigados a permanecerem em comunhão com ela. Concorda com a Igreja? Ótimo. Não concorda? Vá embora e pare de dizer que ela precisa mudar! Quem precisa mudar é você... de lugar!

Anônimo disse...

A Igreja não precisa e não quer ter sacerdotes e fiéis que a acusam de ser retrógrada e conservadora. O que ela exige é, no mínimo, respeito. Respeito porque os padres e leigos não são obrigados a permanecerem em comunhão com ela. Concorda com a Igreja? Ótimo. Não concorda? Vá embora e pare de dizer que ela precisa mudar! Quem precisa mudar é você... de lugar!

Anônimo disse...

A Igreja não precisa e não quer ter sacerdotes e fiéis que a acusam de ser retrógrada e conservadora. O que ela exige é, no mínimo, respeito. Respeito porque os padres e leigos não são obrigados a permanecerem em comunhão com ela. Concorda com a Igreja? Ótimo. Não concorda? Vá embora e pare de dizer que ela precisa mudar! Quem precisa mudar é você... de lugar!

Mara Narciso disse...

Ai, que tristeza. Um prejuízo para todos, inclusive para a Igreja. Boa defesa você fez, Luiz, e bom trabalho estava fazendo o padre César. Que haja uma reavaliação dos atos e que se volte para onde se estava.

Luiz de Aquino disse...

O "Anônimo" acima postou três vezes esse mesmo comentário; em nenhum deles teve coragem de identificar-se. O que eu disse neste texto reflete o que vimos ouvindo do Papa Francisco. Será que esse "corajoso(a)" aí dirá o mesmo ao Papa? Eu costumo recolher em "spam" os comentários não assinados, mas este aí merece ser mostrado.
Discordem, oponham-se, discutam - mas com fundamento. Não tenho tempo para fundamentalistas.

Nivaldo disse...

Luiz de Aquino

A atitude da Arquidiocese de Goiânia pode ter sido legal mas totalmente imprudente. sobretudo nestes momentos em que acontecerá o sínodo sobre a família e o Papa quer uma igreja mais pastoral e menos legal. Ele mesmo criticou os padres dizendo: "muitos consideram mais burocratas dos sacramentos do que pastores" e sobre os sacramentos ele dizia: "a Eucaristia não é prêmio para os perfeitos, mas misericórdia de JESUS PAR OS PECADORES". Agora eu vejo muito gente julgando o padre e falando que ele deve seguir as normas, etc. E muitos se dizem cristãos. Agora, a igreja católica proíbe o uso do preservativo, masturbação, etc. Será que estas pessoas que pedem o comprimento rígido do padre as normas eclesiásticas cumprem estas normas que sitei e tantas outras? Para estes eu só posso repetir a fala de Jesus: "Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu próprio olho, e então enxergarás bem para tirar o cisco do olho do teu irmão.