O diretor-geral do HUGO, Dr. Ciro Ricardo:"Desde a chamada e até a alta, atender com compaixão e amor". |
Medicina, socorro e ética
Já se viu, pelo
que se fez notícia e pelos resultados apresentados, o significado da gestão
inteligente nas unidades de saúde do Estado, em Goiás. A experiência é
vitoriosa desde que se consolidou no CRER - Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, que vivencia a
modalidade desde a sua criação. E chegou a outros hospitais no período anterior
de governo, por iniciativa do secretário Antônio Faleiros e com a indispensável
aquiescência e cobertura de Marconi Perillo.
A eficiência e a
praticidade, vencendo os entraves da burocracia normal do serviço público,
mostram que os resultados, tanto para os pacientes e familiares quanto para os
gestores e o próprio governo, mostram-se favoráveis.
Um dos hospitais
símbolos dessa eficácia é o Hospital de Urgências de Goiânia – o HUGO –,
entregue, pela via legítima de licitação ao Instituto Gerir (organização social
de saúde). A primeira e indiscutível demonstração se dá nos corredores do
hospital, em qualquer dos pavimentos, onde não se vê mais a fila costumeira de
macas e pacientes na dolorosa espera.
Em cerca de um
ano, ampliaram-se os leitos de enfermaria e de UTI e muitos procedimentos fora
da visão dos usuários e familiares aconteceram para ratificar a melhoria, com
ações ampliadas em número e especialidades para os estágios e residências
médicas e multiprofissionais. Hoje, o HUGO é referência nacional. E a
mola-mestra dessa progressão é a Divisão de Ensino e Pesquisa, dirigida pelo
conceituado neurocirurgião Luiz Fernando Martins. E uma das primeiras metas
estabelecidas foi a transformação do HUGO, de Hospital-Escola em hospital de
Ensino.
Idealizador de tal providência, Luiz Fernando Martins destaca que nada mudará para os pacientes e profissionais da Casa, mas amplia-se o leque de oferta no âmbito acadêmico, o que resultará, sim, na melhoria dos procedimentos funcionais. O que se tem é que a ciência médica (e isso inclui não apenas médicos, mas todos os profissionais envolvidos no sistema de assistência – no caso das unidades de emergência, isso quer dizer desde o momento em que se atende a chamada de socorro até os procederes pós tratamento), cujos avanços nas últimas décadas são, indiscutivelmente, surpreendentes, terá no HUGO excelente campo de conhecimento e também de aprimoramento.
Idealizador de tal providência, Luiz Fernando Martins destaca que nada mudará para os pacientes e profissionais da Casa, mas amplia-se o leque de oferta no âmbito acadêmico, o que resultará, sim, na melhoria dos procedimentos funcionais. O que se tem é que a ciência médica (e isso inclui não apenas médicos, mas todos os profissionais envolvidos no sistema de assistência – no caso das unidades de emergência, isso quer dizer desde o momento em que se atende a chamada de socorro até os procederes pós tratamento), cujos avanços nas últimas décadas são, indiscutivelmente, surpreendentes, terá no HUGO excelente campo de conhecimento e também de aprimoramento.
Uma unidade que
agrega cerca de um mil e seiscentos profissionais de saúde, administrativos e
de apoio, que oferece estágios e residências (médicas e multiprofissionais),
que acolhe com competência e eficácia acidentados de diversas causas e variados
níveis de gravidade, habilita-se a associar a pesquisa ao ensino e ao
atendimento.
A par da
eficiência profissional, um item tem realce nas atitudes dos profissionais do
HUGO – a ética. E este é um fator da mais elevada ocupação da Divisão de Ensino
e Pesquisa. Não bastam a técnica e a índole soberana de bons profissionais – a
conduta ante o paciente e seus familiares, bem como aos colegas de profissão e
parceiros de atividades auxiliares, reveste-se da grandeza humana que “faz a
diferença”.
Nesse propósito,
na terça-feira, dia 14 de julho, o diretor-geral do HUGO, Dr. Ciro Ricardo de
Castro, proferiu palestra no auditório da Divisão de Ensino e Pesquisa sob o
tema “A ética no atendimento de urgências”. Em sua fala, embasada no conhecimento
médico-acadêmico e na experiência de quase meio século de exercício médico,
Ciro Ricardo recorreu a essa mesma experiência, contou histórias de vida,
destacou referências médicas e da literatura universal.
Começou por
valorizar cada pessoa das equipes de socorro, cada momento desde o atendimento
até o socorro e transporte, o acolhimento, o tratamento e as relações
interpessoais, tanto nas equipes quando nos contatos com paciente e parentes e
amigos. E simplifica: “Cabe-nos valorizar o que cada um tem de bom e ajudar no
que cada um tem de ruim”, isto é, participar do crescimento dos companheiros e
aprender com eles. E “uma equipe se forma com o multiprofissional mas sobretudo
com o inter profissional”. E adverte: “Quem não erra ou pensa que não erra, está
num mau começo”.
Mas o ponto alto
foi quando listou imprudência, negligência e imperícia como os três itens que
podem comprometer seriamente o atendimento e que violam frontalmente a ética.
E, ao finalizar, ressaltou: “Não somos nada sozinhos. Temos sempre de respeitar
todos os profissionais, com amor e compaixão”.
Em tempo: amor e
compaixão foi expressão citada com ênfase e segurança pelo médico ao referir-se
a cada contato, seja no âmbito da equipe, no tratamento e nos colóquios com
familiares e acompanhantes.
Foi, enfim, uma
aula de amor e compaixão.
* * *
Luiz de
Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
7 comentários:
Luiz,
A sabedoria depende da experiência, mas não precisamos experimentar tudo para aprender. Gostei da sua veia jornalística reaflorada com intensidade. É preciso ver que há bons profissionais e boas condutas. A generalização é injusta e leviana. Há muitos que agem com "amor e compaixão". Depois de me formar em Jornalismo, o que me aconteceu exatamente há cinco anos, melhorei muito no item comunicação.
Muito obrigada por compartilhar.
Ótima noite!
Abraço, Mara
Gostaria muito de conversar sobre as modalidades da culpa (negligência, imprudência ou imperícia), mas infelizmente, vai longe o tempo em que ficávamos horas a fio nos bate-papos proveitosos e me sentia à vontade para comentar cada parágrafo das suas crônicas. Hoje, entretanto, limito-me a dizer que médicos falando de amor e compaixão (conheço alguns que o fazem sempre) reacendem minha fé, embora meio tímida.
Quando a medicina materialista entrar em comunhão com a necessidade social e perene de cada paciente isolado pelas causas da enfermidade, teremos então uma cura mais rápida, e concisa com as necessidades que o enfermo precisa receber por parte de um profissional da medicina.Alguns médicos preocupados com a proliferação da doença tratam das feridas da alma antes do receituário, outros apenas ditam o receituário.É a grande diferença entre humanitarismo e o materialismos.Um dia quem sabe os enfermos, os hospitais, e os consultórios médicos poderão entrar em comunhão.Muito bom a sua linha de conduta em referencia a este tema. Beijo no coração
Marilene Dantas
Quando a medicina materialista entrar em comunhão com a necessidade social e perene de cada paciente isolado pelas causas da enfermidade, teremos então uma cura mais rápida, e concisa com as necessidades que o enfermo precisa receber por parte de um profissional da medicina.Alguns médicos preocupados com a proliferação da doença tratam das feridas da alma antes do receituário, outros apenas ditam o receituário.É a grande diferença entre humanitarismo e o materialismos.Um dia quem sabe os enfermos, os hospitais, e os consultórios médicos poderão entrar em comunhão.Muito bom a sua linha de conduta em referencia a este tema. Beijo no coração
Marilene Dantas
Passando para visitar e amei seu blog seguindo parabéns
http://amoreluz10.blogspot.com.br/
O que você descreve em seu excelente artigo, mostra as condições ideais para a assistência médica de qualidade, observada por seu agudo olhar de jornalista/ articulista atento. Peço permissão para mudar um pouquinho seu título: Medicina é socorro e ética.
O médico cercado de ambiente seguro e correto, em condições de oferecer um socorro rápido, otimizado por aparelhagem
moderna laboratoriais e de imagem, sente-se mais gratificado, juntamente com todos a sua volta, em oferecer todo seu conhecimento na luta diária e contínua contra a enfermidade que acompanha a aflição do doente e familiares.
Trouxe alentadoras notícias sobre o atendimento atual do Hugo, cujo atendimento é rigorosamente realizado dentro deste lema que ouso dividir com o amigo: Medicina é socorro e ética!
Como sempre você prestou mais um serviço comunitário: no meio de tantas notícias inquietantes, você traz um refrigério para as tensões que nos afligem diariamente!
Parabéns aos nossos amigos queridos e profissionais dedicados Luiz Fernando e Ciro, incansáveis na luta pela Saúde de nosso povo... mas que pena que o sistema de Urgência e Emergência o qual o HUGO faz parte está mergulhado em um caos.... o HUGO é uma maquiagem para a Saúde deste estado e para o SUS onde o cerne está podre.... infelizmente.
Postar um comentário