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segunda-feira, julho 03, 2006

Foi à Lua

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Sob a Lua, senti-me cônscio
das paixões e alvo certeiro
dos olhares de fêmeas sedentas:


presa de ansiosas damas,
caça de vorazes sereias,
mirado de dianas, as de sempre.


Foi à Lua. Sob ela, senti-me homem
em meados de adolescência. Feito a noite,
era negra a pele da mulher mistério.


Em seu rosto, feito olhos
brilhavam duas as luas cheias
da minha vez primeira.

9 comentários:

Saramar disse...

Muito bonito!
Gostei muito dessa construção do último terceto, a imagem émuito bela.

Beijos e uma excelente semana para você.

Anônimo disse...

é a primeira vez que venho aqui.Nossa quanta beleza estava eu perdendo...Amei Foi à Lua e os demais também .Parabéns POETA...

Herondes Cezar disse...

É isso aí, Poeta. A primeira vez a gente nunca esquece. Se foi em noite de lua, melhor ainda. Tudo é poesia de primeira. Dá-lhe...

Saramar disse...

Voltei para reler, ates de ler a crônica, porque abeleza deste poema está nestas imagens aparentemente singelas, porém profundas.
Fazer-se homem com essa mulher negra como a noite que tudo assistiu é muito belo.

Beijos, Poeta

Anônimo disse...

OI Luiz de Aquino!!!


Luiz, na verdade ninguém esquece a sua primeira vez, seja ela em noite
de lua cheia ou não! se foi boa é
inolvidável por conta do belo,e su-
blime momento, caso tenha sido ruim
será sempre lembrada por conta das
cicatrizes deixadas.
Agora meu amigo Luiz, uma primeira
vez poetisada, é realmente doce, e
adorável lembrnça.
Parabéns Luiz, a construção de "Foi
à lua é simplesmente lindaaaaaaaa!!

L G.F

Anônimo disse...

Parabéns "poeta do meu canto".Adoreiiiiiii esse poema.Realmente!É muito inspirador!
Você é 10!Beijos!!!

Luiz de Aquino disse...

Sobre este conto, recebi de Herondes Cezar, contista e homem de cinema, o seguinte comentário:


Caríssimo Luiz,

Confesso que este é o 1º conto seu que leio. Vergonhosamente, ainda não li os livros que você, tão gentil, me enviou já faz um bom tempo. O problema é que, por último, tenho vivido embaralhado com o cinema, sobrando pouco tempo para a literatura. Mas tenho de organizar melhor minha vida, pois a literatura sempre teve um espaço privilegiado em minha vida.
É um conto, a meu ver, mais próximo da poesia do que da narrativa. Toca nos sentimentos femininos, com delicadeza. Exprime um momento na vida de um mulher livre, que tem uma filha e um amante, o qual não aparece numa noite em que é esperado. Não há conflito, nenhum drama explícito. Cada leitor que suponha o motivo por que o amante não veio. Remete-nos a uma sonata, não a um concerto. Por isso, traz-nos à lembrança certos contos de Tchekhov.
Espero que você possa ver, quando a antologia do Cagiano sair, como meus contos são diferentes. Neles ponho conflitos, emoções, humor, suspense. Recorro, sempre que posso, ao diálogo. Procuro expressar dramas humanos, confiando na inteligência do leitor, que pode, e deve, tirar suas conclusões. E tento fazê-lo segundo a narrativa clássica, pela qual tenho verdadeira paixão. E, cá comigo, acho que muito contista "moderno" (não é o seu caso, claro) escreve contos confessionais, narrados na primeira pessoa, e falando de si mesmos, de suas próprias experiências desinteressantes, simplesmente por não terem um ponto de vista a expessar sobre o mundo que o cerca, e também por não saberem escrever diálogos.
Por último, gostaria de fazer-lhe uma pergunta envolvendo a personagem-narradora de seu conto em questão. Se ela só tem 33 anos, em que colégio ela teria cursado o ginasial com francês no currículo? Costumam dizer que perguntar não ofende. E estou certo de que você tem a resposta.
Grande abraço
Herondes




Repondi-lhe:


Bem anotado, Herondes.

Bem, uns poucos estabelecimentos de ensino preservaram o Francês no ginásio por um bom tempo; o Colégio Pedro II, por exemplo, assim o fez, como língua opcional, até meados da década de 80, pelo menos. E manteve também Canto Ofeônico por longo tempo e, ainda (acredite!), Latim. Não me preocupei com a exatidão do tempo, não, sinceramente. Escrevi esse conto em 2000 ou 2001, mas não me recordo se tinha dele algum rascunho antigo ou se viajei no tempo, só sei que não atentei para a correção histórica porque não a considerei relevante - e agora você me mostra que ela o é.

Obrigado, e um grande abraço.

Luiz

Anônimo disse...

Também foi sob a lua a minha vez primeira. Ela, testemunha, cúmplice e companheira.
Você trouxe, do seu jeito poeta, aquela que se faz presente em nossos momentos românticos e de entrega.
Ficou lindo e revelador!
Brilhou, poeta!

Anônimo disse...

MUITO LINDO!

A LUA ! SEMPRE A LUA A FASCINAR OS AMANTES E OS POETAS!

BEIJOS ENLUARADOS PRA VC MEU AMIGO POETA!