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sábado, dezembro 16, 2006

Poesia Rio e Minas; morte em Cabo Branco

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Escrevo sob emoções: uma viagem de poesia e a tristeza de uma notícia... Falarei, antes, da alegria.

Viagem com os percalços dos vôos atrasados e o alívio nas chegadas; dias plenos de bons e belos encontros, com colegas de bancos escolares dos idos de 1958 até o prazer de ouvir outra vez, após quarenta e cinco anos, a professora de Geografia da minha quarta série de ginásio. No meio, lanches e chopinhos, ruas e mar e montanhas, surpresas e sorrisos.

Maris Stella, Helena Coutinho, Marluci Costa, Heliane Sampaio, Leila Arruda, Paulo e Laurita Cardoso, Eneida Alencar (pessoas que vi mais de uma vez, estes dias; todos usaram a famosa “peninha na gola” do uniforme colegial). Emoção forte ao rever Dona Umbelina, minha sempre Mestra, e de conhecer Dona Vera, mãe de Helena, formada em 1939 no Imperial Colégio de Dom Pedro II. Sueli Catão e Miguel com Sílvia, a outra Sílvia, Corina, Liberato, Paulo Queiroz, Kátia, Amauri, Sandra, Célio... Olhem, não digo mais: falta espaço para tantos nomes. Mas tenho de enfatizar Lília. Olhando para o escudo de primeiro ano colegial, aplicado no bolso de minha camisa branca, perguntou: “Luiz, quem pôs esse escudo na sua camisa?”; eu disse, fora minha Tia Miriam. “Puxa vida, ela te ama! Se fosse você mesmo, ou sua mulher, ou ainda sua mãe... duvido que estivesse tão bem aplicado”.

Demorei alguns segundos para conferir, detalhadamente, o trabalho de minha tia. Lília tinha razão: era um pequeno trabalho de amor. Ela não costurou o emblema no bolso para ser retirado horas após, não. O tradicional escudo ficou bem costurado, sem vestígios da linha pelo lado externo, e posto para durar todo um ano letivo. Ou seja: esses encontros de ex-alunos, realizados para que nós próprios revivamos nossos anos mais verdes, chegam também aos nosso familiares, e, neste caso, Tia Miriam curtiu comigo esse reviver. Lília completou, com o apoio dos demais colegas à nossa volta: “Amor de tia é muito forte; muitas vezes, mais forte que amor de mãe”. Entendi: amor de mãe é conseqüência, é essência da maternidade. Já o amor de tia (ou tio) é como que eletivo e, quando vem, vem muito forte.

Não comentei o fato com Tia Miriam, preferi contar de público, nesta crônica. E, com essa decisão, cheguei a Belo Horizonte. Fui para o lançamento da antologia “Terças Poéticas jardins internos”, reunindo poetas de dezenas de saraus realizados em quase todos os meses de 2005 e 2006. Obviamente, estou nela: participei do “Terças Poéticas”, há exatamente um ano, quando pude autografar “As uvas, teus mamilos tenros” nos jardins internos do Palácio das Artes, na famosa Avenida Afonso Pena.

Reencontrei Wilmar Silva, Dênia Diniz, José Aloise Bahia, Camila Diniz, Luciene, Tânia Diniz... Conheci Tida Carvalho, fui hóspede do Neto (José Alves), menino acadêmico de jornalismo, cartunista de mão cheia (ganhei nova caricatura dele) e tive, ainda, a sempre agradável companhia de Bambino, outro ex-aluno do Colégio Pedro II, hoje cidadão voluntário de Belo Horizonte.

Chega a sexta-feira e, com ela, de João Pessoa, Paraíba, a notícia triste: morreu Sivuca. Não que a morte seja triste: ele sofria muito, há tempos, com um câncer renitente. Triste foi saber que, ainda doente, e após uma vida inteirinha dedicada ao Brasil e à música, não conseguia patrocínio para lançar seu DVD. Conseguiu, por fim, mas o tempo restante já era pouco: pôde, apenas, mostrá-lo em solenidade fechada.

A morte chegou antes que o mostrasse ao público.

3 comentários:

Anônimo disse...

Meu amigo Poeta!
Se vc escreveu ainda sob forte emoção do nosso ORKONTRO, eu acabo de ler sua crônica e me volta toda a emoção daquela tarde inesquecível.
Ng melhor que vc, para eternizar em palavras escritas, o que foi sentido por nossos corações!
A alegria destes reencontros serão tatuadas dentro de nós!
Obrigada amigo por me emocionar mais uma vez!
Beijos e PARABÉNS!

Anônimo disse...

adorei sua visita no meu blog e vim conhecer o seu. bela crônica de memórias imperdíveis. se quiser, pode me adicionar no orkut...um beijo

Anônimo disse...

Grande amigo e escritor Luiz de Aquino, obrigado pela citação... Feliz Natal e um 2007 cheio de Graças, literatura, arte, amores e cias. Abraços sempre do amigo josealoisebahiabhzmg... ps1: Beagá e Minas estão sempre de braços abertos para pessoas como você... ps2: no próximo encontro, mais cerveja e conversas bacanas... Vc merece, pois é uma pessoa fenomenal... ps3: parabéns pela sua presença no catálogo do Terças Poéticas...