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sábado, setembro 20, 2008

Pessoas do bem. E outras...

Pessoas do bem. E outras...

Ainda não me desfiz das emoções dos últimos dias – a chegada do Léo com Ethel e Gabriel (puxa, muita rima... só agora me dou conta); o aniversário do Léo, 40 anos, na véspera do meu, de 63; a festa “cigana” que minha sobrinha Cláudia e Nelinho (esses dois casaram-se no final de suas adolescências e já estão na fase se vir a ser avós logo, logo; e são meus compadres) promoveram em sua casa ainda dura. Nelinho e Cláudia são dessas pessoas que têm a facilidade de transformar uma pequena reunião de família em festa de amigos. Dias felizes e agitados, como o são todos, enfim.
Já declarei várias vezes que não tenho um dia certo para festejar aniversário: estendo-o por dias próximos, antes e depois, porque é um modo de atrair mais amigos, mais abraços e sorrisos, mais votos positivos e, obviamente, temperar mais a vida. Este ano, a primeira agitação veio de Nilson Gomes (mais Lu e Bárbara), com a companhia da muito querida Adélia, médica de Três Pontas, Minas; casualmente, estava aqui para um congresso de DST/Aids e propiciou-me conhecer mais pessoas iluminadas, como ela própria.
No jantar que me ofereceram Nilson e família, tivemos o constrangimento de ver Vilma Martins. Não que lhe seja negado o direito de ir e vir, agora que dispõe do benefício do regime aberto; só que isso não lhe dá o direito moral de agir com a ostensiva intenção de desacatar a sociedade que, sabe ela, vira-lhe as costas, não sem muitas razões. Mas seqüestradora (e amigos e familiares, pelo que se pôde ver) quer atrair atenções. E o faz com propriedade, ainda que com propriedade negativa. Aquela cadeira de rodas...
Gosto de noticiários na tevê. Muitas vezes, mudo de canal quando o assunto é chato, como os de economia e de política (política, quando mostra ações com vistas à melhoria das condições de vida, é bom; mas quando mostra fofocas de candidatos, mentiras e ações cínicas, dá nojo). Mas gosto dos noticiários locais. Daí, gosto de Raquel Azeredo no noticiário da TV Record. Pois foi nesta sexta-feira que apareceu a ladra de crianças em entrevista exclusiva ao excelente repórter Oloares Ferreira. Penso até que haja quem creia nela, mas daí a acreditar que lhe pedem autógrafos nas ruas... Bem, a polícia devia observar isso: certamente, alguém com seu histórico deve ser ídolo para os dotados de vocação para o crime. Quanto à cadeira de rodas, disse ela que é hipertensa e diabética, mas não se controla na ingestão de chope – eu vi.
Uma hora antes, vi na TV Anhangüera que a Corregedoria da Polícia Militar concluiu (e foi rápido) o inquérito sobre a morte do bacharel Pedro Henrique, com o indiciamento por homicídio doloso do cabo e do soldado envolvidos. Uma boa notícia essa: restitui a credibilidade, e toda corporação policial precisa da fé pública, tanto quanto a população precisa de seus préstimos.
E então chegamos a 19 de setembro, dia de aniversário de Dona Lilita; minha mãe se foi desta há quatro anos e meio, já com oitenta anos completos. Minha filha Élia Maria queixa-se; conforto-a dizendo para não lamentar a ausência, mas regozijar-se porque ela viveu tanto tempo e pudemos desfrutar muito bem de sua presença, sua brabeza, seus carinhos e bons conselhos, além de inúmeros belos exemplos. A propósito, aguardo a volta de Evandro Magal à Prefeitura de Caldas Novas para que lhe preste a homenagem anunciada e que não foi possível, pois era seu último ano como Executivo.
A data remete-me também a José J. Veiga, o grande contista das fraldas dos Montes Pirineus. Ele faleceu em 1999, neste 19; desde aquele dia, incumbi-me de dar destino ao seu acervo literário e o consegui, depois de oito anos de andanças, com muito pouco apoio. Houve interesse do governador Marconi Perillo, ações simpáticas do presidente da Agepel Nasr Chaul, apoio decidido de Laila Teixeira (chefe de Gabinete da Agepel) e a ação profissional e apaixonada de Dênia Diniz de Freitas, bibliotecária mineira. Há um ano, em 5 de setembro, o SESC (Regional de Goiás, sob as lideranças valiosas de José Evatisto e Giulio Cysneiros), com a presença de Antônio Olinto, da Academia Brasileira de Letras.
Enquanto Vilma jura inocência e concede autógrafos, declaro minha admiração ao ladrão que devolveu o carro que roubara ao descobrir que nele dormia uma criança. E ainda sugeriu à polícia dar uma dura nos pais irresponsáveis.
Enfim, dias felizes. Cheios de problemas com o trânsito, a política, a convivência, a saúde e as saudades, mas como não tê-los? Os problemas são assim, tempero da vida. É como a velhice: melhor alcançá-la que morrer na mocidade. Ou seja, melhor ter problemas que buscar o fim da vida por falta de razões.


5 comentários:

Mara Narciso disse...

Pesado falar de Vilma e seus crimes. Considerei bom que tenha dado um desconto no seu desagrado, afirmando que ela tem o direito de ir e vir. Já a própria alardear que pedem seu autógrafo, é debochar da população como um todo.

Belas festas, justas homenagens, grandes momentos. Que os problemas sempre existam na sua vida, e sejam devidamente resolvidos, pois viver é ter problemas. Se eles acabarem, é que a vida se foi. E há muita vida ainda.

Anônimo disse...

Pessoas como Vilma já vivem em cárceres criados por elas próprias...Estão condenadas ao degredo - pena que suas próprias emoções criaram. Beleza mesmo foi esse ladrão. Uma criança é uma plantinha tenra e esse senhor,embora larápio, foi nobre.
Gostei das suas colocações. Abraços cordiais.

Sylvia Narriman Barroso

Gabriella Mendes disse...

Acho que o mais brilhante da fala do ladrão de carros que devolveu a criança foi a seguinte: "Se eu roubar esse carro de novo e a criança estiver lá, eu mato".

Lógico. Seria, no mínimo, uma indicação do destino: "Prezado ladrão, como pode perceber, esse carro se estaciona no seu caminho pela segunda vez. Isso significa que ele tem de ser seu. Elimine a criança e não fuja daquilo que o acaso te direciona".

Quase edipiano.

Gostei muito do blog. Voltarei aqui mais vezes.

Um beijo

http://datilografia.blogspot.com

Anônimo disse...

De fato, esse episódio do ladrão que roubou o carro com um "bebê a bordo" foi um dos episódios mais insólitos dos últimos tempos. Abcs, Ricardo Alfaya.

Luiz de Aquino disse...

1) MARA NARCISO,
O triste é que ela enuncia um livro para breve... É triste poder ser chamado de "colega" por ela, rsrs.

2)SYLVIA NARRIMAN BARROSO,
Obrigado pelas considerações. Concordo que gente assim se faça prisioneiro de suas próprias amarras.

3) GABRIELLA MENDES,

O ladrão, que já é chamado por aí de "o bom ladrão", ameaçou matar O PAI do "piá" (criança), caso encontre novamente esse carro com o guri adormecido lá dentro. Gostei dele!