Carnaval com qualidade
Luiz de Aquino
Enfim, o ano de 2009 começa no Brasil. Como sempre, as festas brasileiras inciam-se com o movimento das compras de Natal, embriagam-se sob os fogos do Ano-Novo e estendem as reverências a Baco até os festejos do Rei Momo. E então vem a Quarta-Feira de Cinzas

(do calendário católico), dois dias e meio de trabalho preguiçoso nas áreas da burocracia e dos serviços e, na verdade, somente na segunda-feira a gente começa um novo ano.
Carnaval…
Em cidades de Minas, proibiu-se qualquer música que não fosse samba e marcha, excluindo os adeptos de outros sons para a periferia. O propósito foi o de dar entretenimento agradável aos que realmente curtem carnaval e agregar os turistas que efetivamente gastam, porque os outros geram apenas trabalho e despesa para os cofres municipais. Esse exemplo Goiás precisa copiar, especialmente Caldas Novas, Pirenópolis e a antiga capital, Goiás.
A propósito, minha crônica de quarta-feira passada foi considerada nas duas cidades históricas goianas. De Pirenópolis, escreveu-me Daiane Lima, informando que colocaria meu texto no portal da cidade na Internet - www.pirenopolis.com.br -, o que prontamente autorizei. Isso indica que os que trabalham a ideia da melhoria da recepção ao turista na antiga Meia-Ponte pretendem, sim, proporcionar melhor ambiente na cidade. Atualmente, o “auê” no centro histórico de


Cavalcante, também – mas são dois rios com o mesmo nome).
De Vila Boa de Goiás, Ademir Hamu me trouxe o CD com as marchinhas classificadas no concurso de marchas que noticiei domingo passado. Em terceiro lugar, “Carnaval é em Goiás”, de Luci Espírito Santo B. L. Gomes; em segundo, “Jóia Rara”, de Idelmar Paiva Neto. A vencedora foi “Sonho de Carnaval”, de Orion Tadeu de Amorim. A letra é um tanto longa, à moda de marcha-enredo, e bonita:
”Eu quero teu confete e serpentina, Menina, se atina, se atina / Que a lua tá no céu e a vida empina / Se atina, se atina. (Refrão) // A marcha imortal: “Veneno” Carnaval / Eu quero ver raiar o dia // Na Sota ou no Bacalhau, / Meu sonho é nunca igual / Eu rasgo a tua fantasia. // Saí de bem com a vida pra cidade / Teu beijo estricnina de verdade / Que bom morrer assim, na Praça do Jardim / Quem um dia se chamou Liberdade”.
Ademir e João Marcelo gravaram cento e cinquenta cedês e, obviamente, não conseguiram atender a todos os que queriam a gravação das marchas. Resultado: no dia seguinte, o pequeno disco já era vendido, legitimamente pirateado, no Mercado da cidade.
Luiz de Aquino é escritor e jornalista, membro da Academia Goiana de Letras. E-mail: E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com.