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domingo, fevereiro 05, 2012

Livros e pessoas



Livros e pessoas



Livro: conjunto de folhas de papel de igual tamanho, geralmente usadas nas duas faces, enfeixadas em uma das margens e  protegidas por um papel de maior gramatura, isto é, mais grosso. Em geral, o conteúdo contém um mesmo tema em ideia contínua (tese), ou uma história real ou não (documentário ou romance). Pode trazer histórias variadas (contos ou crônicas), poemas, doutrinação religiosa, informes didáticos, conselhos fúteis, códigos de normas e de leis – enfim, não há limites de temas. Visualmente, o livro é um objeto de tamanho e peso suficientes para que seja portátil. Há quem o diga um alimento do espírito, um apanhado de ensinamentos, um amigo inseparável etc. – enfim, definições e conceitos para livro também são ilimitáveis.

O livro só tem um limite: o mínimo de 50 páginas – menos que isso, é um libelo ou opúsculo.

Gosto de livros. Sempre os li, muitos, de quaisquer aspectos, conteúdos e qualidades. Há aqueles que nunca lemos – apenas os consultamos: os dicionários e alguns livros técnicos. Há os que lemos por partes e sem continuidade, tal como fazíamos com os discos em vinil – naquele tempo os chamávamos de elepês, mas escrevíamos apenas LP; como hoje fazemos com os cedês, que costumamos escrever CD.

É raro o dia em que não entra um novo livro em casa. Tem sido assim há muitos anos... Um dia, lá por 1972, fui roubado. Tinha eu, então, cerca de 400 volumes, e foram-se todos! O larápio vendeu-os, quase todos, num sebo. Foi Anatole Ramos quem me contou ter comprado alguns livros que continham meu nome manuscrito em algumas páginas.

Esta semana, meu amigo Giuglio Settimi Cysneiros presenteou-me com um exemplar de Coletânea Dramaturgos Goianos, editado pelo SESC, em trabalho gráfico de muito boa qualidade. Um registro e tanto!


Dias antes, recebi de minha querida prima Teresinha Pinheiro Lacerda, num pacote muito bem embalado, quatro preciosidades: Antologia Poética de Augusto Frederico Schmidt – seleção por Waldir Ribeiro do Val, edição de 1962; As Mais Belas Poesias Brasileiras de Amor – seleção e prefácio de Frederico dos Reys Coutinho, de 1946; Luz Mediterrânea, de Raul de Leoni, editado pela Civilização Brasileira, em 1940.




E o quarto livro do pacote: A Velhice do Padre Eterno, de Guerra Junqueiro, edição de Lello e Irmão Editores (não há ficha catalográfica nem data de impressão; a data que encontrei na obra é de 1926, mas a peça parece-me mais nova – dos anos de 1940 ou 1950, a julgar pelo aspecto geral e conservação do papel). Vale dizer: a livraria Lello & Irmão, da cidade do Porto, em Portugal, é considerada a mais bela do mundo; trata-se de uma relíquia histórica e patrimonial. 

Dá vontade de reproduzir alguns poemas de cada livro, mas... quais? Ah! Dentre de um desses livros, uma capa, lacerada do volume – A Paixão de Abelardo e Heloísa (Livraria Progresso Editora). Indo ao Rio, devolverei à Teresinha essa capa para recompor o livro mutilado pelo tempo e pelo uso.


Contudo, não encerro esta crônica sem destacar uma  outra alegria, igualmente grande. Falo de Janelas da Liberdade, do professor Geraldo Faria, meu mestre na Faculdade de Filosofia da então Universidade Católica de Goiás – a nossa PUC de  hoje. Uma breve carta do meu colega Paulo de Faria, jornalista, resume: um grupo de alunos esforçou-se e, com apoio da Universidade Federal de Goiás, o CAPAE/FUNAPE editou a obra. A edição é muito bonita, leve, com fac-símiles de manuscritos... Ah, um primor! Lendo, ao modo que me sugeriu o querido mestre “(“Pule páginas à vontade”), revivi momentos nossos em sala de aula no antigo prédio cujo nome – Faculdade de Filosofia – foi extirpado por ódio dos milicos que dirigiram o MEC no comecinho da década de 1970; assim, a nossa Faculdade ficou na memória de alguns como “o prédio do Básico”).

Mestre Geraldo Faria, ou melhor, Geraldo Alemão! Preciso revisitá-lo, levar-lhe novos  livrinhos meus. Mas, desta vez, hei de lhe cobrar comentários.

Meu abraço de aluno e de leitor feliz e agradecido!

Reencontro feliz: minha visita ao Mestre. 



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3 comentários:

Tania Rocha disse...

Poeta Luiz de Aquino,
Estou lendo seu texto ,e foi justamente qdo estou vendo no canal da TV Cultura, um documentário sobre Leon Tolstoi.Não pude deixar de comparar entre o escritor russo e vc ,o grande sonho de um mundo melhor e o amor pelas pessoas e pelos livros.Estou emocionada com seu texto..é lindo!!!!Seu amor pelos livros,deixa assim provado; quem ama a leitura,ama melhor as pessoas!!!Parabéns poeta!

Luciene Silva disse...

já disse varias vezes e vou sempre repetir...Nunca é tarde pra aprender a gostar da leitura, eu aprendi, com Luiz de Aquino, um dos maiores escritores goianos, e dentre os 100 melhores do Brasil...em sua coluna do Diário da Manhã, hoje, uma pequena mostra do quanto ele se importa e ama os livros e pessoas...Livros e Pessoas...

Dalila disse...

Poeta luiz de Aquino, descobrir o seu blog por acaso e estou adorendo o que o senhor escreve.Percebo então que é um mestre poético, tenho muito o que aprender com o senhor.
Deixo aqui o site do meu blog para que o mestre quando puder de uma olhada e fique a vontade para me dar conselhos...bjs
http://www.cantinho-da-imaginacao.blogspot.com/