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Escolhi a quinta-feira para produzir estas linhas. E o fiz de caso pensado, porque 19 de outubro é aniversário do saudoso poetinha do "Soneto da Fidelidade". Vinícius de Morais bem poderia ter chegado a festejar este ano, soprando 93 velinhas num bolo que, apropriadamente, deveria ter uma receita carioca, mas ornamentos e ingredientes de todas as regiões brasileiras. E não preciso explicar.
O dia é de festa, mas não estou em casa; encontro-me em Joinville, Santa Catarina, conhecendo pessoas e falando de coisas da vida e da poesia (lembrem-se, leitores: escrevo na quinta-feira). Já participei de palestras e concedi entrevistas a emissoras de rádio e tevê, combinei com os músicos sobre o sarau de sexta-feira; Osvaldo Júnior, cantor e apresentador de televisão, e Gaúcho, violonista, prepararam um repertório excelente de canções românticas e me cabe entremeá-lo com poemas afins. Ou seja, estou mais feliz.
Há a festa da AGL em que Aidenor Aires, poeta e bom de prosa, prestará homenagem justamente ao meu antecessor na Cadeira 10, Carmo Bernardes. Aidenor teve o privilégio da amizade de Carmo, como Brasigóis e eu, como Bariani e Zé Mendonça, e Paulo Araújo, o livreiro; e Leonídio Caiado, e... Ah, é muita gente! Vai daí, o jeito é pedir ao poeta que me reserve uma cópia do panegírico.
Mas é 19 e festejo sozinho os aniversários também do primo André Luiz, no Rio de Janeiro; e da Marilene, comadre e vizinha. Vou tomar uma taça de bom vinho em louvor a cada um deles: Vinícius, Carmo, André, Marilene... Não, não perderei o equilíbrio por isso, felizmente. Até porque aqui, neste norte catarinense, há muita umidade no ar e um frio agradável, em contraponto às altas temperaturas da nossa terrinha (vi que Goiânia amanheceu com 23 graus e deve chover muito).
Meu amigo Edir Meireles, escriba goiano vivente na Bela Cap (quase ninguém se lembra que o Rio de Janeiro teve também esse epíteto), lançou o seu "O feiticeiro da Vila" na sede da UBE, também na quinta. Pena eu não estar aí ao menos para retribuir o carinho que ele oferece, sempre, em seus domínios: no meu sarau de agosto, entre meus colegas de Colégio Pedro II, lá estava o Edir, como sempre... Outro vinho, pois!
E vou curtindo Joinville, bem ciceroneado pela Cida (da Rede Feminina de Combate ao Câncer, entidade que me convidou para esta jornada, com apoio do Instituto Amar, que congrega entidades assistenciais). A arquitetura e outras marcas da história da colonização alemã, os eventos que agitam a cidade e superlotam hotéis, a música da fala sulista... Há muito que se ver (e aprender) por aqui. Mas uma coisa é comum à alma brasileira: a afinidade que o veterano jornalista goiano encontra nos colegas: Natanel Rocha (TV Brasil Esperança), Cacá Martins (Rádio Cultura FM), Osvaldo Júnior (da TV Cidade e titular da Machester Band) e Jota Martins (Rádio Globo).
Ah, não me escapa um fator comum a todo o Brasil: o segundo turno das eleições, com as campanhas mornas e chatas que acometem o país, tanto na disputa nacional quanto nos estados em que a eleição para governador não se fechou no primeiro escrutínio. Repete-se, também, o nível baixo das acusações de improbidade ou de incompetência, a sempre inacreditável auto-exaltação e as caras de anjo de que se travestem os caçadores de votos.
Sendo assim, a saudade da terra só se explica pelas pessoas que nos são mais próximas e caras, já que também a cara-de-pau, no Brasil, está "globalizada"
E a fila anda...
4 comentários:
Q bom que esteve pelo sul, amo minha região, assim como outras do nosso imenso Brasil, por isso eh importante nossa decisão pra escolhar presidente e tdo +.
Mudar de ares faz bem a qualquer mortal, todos deveriam variar as vezes, rsrsrsr. Um bj e excelente retorno pra vc.Ateh...
Poeta amado ! Quer dizer que esteve em Joinville nem pra dar uma passadinha em Curitiba, ver as amigas ? Tens meu telefone ? (41) 9909-2920. Um beijo da Presidente do Fã Clube !!! Cinthia !!!! Te adoro maravilhoso !
Luis, pelo que vejo (leio), foi efetivamente fanstástica tua jornada em Joinville. Aproveito para dizer-lhe que foi uma grande satisfação conhecê-lo pessoalmente, mesmo que por breves momentos, espero que possamos um dia sentar e jogar conversa fora por mais tempo. Grande abraço. Andréa.
Adoro suas crônicas, Luiz! Esta me fez recordar uma frase de Vinícius, a propósito do apelido de "Poetinha", que ele repudiava. Segundo contam (e você sabe dessas histórias melhor que eu), a título de explicação para a origem do apelido, ele teria dito o seguinte: "Isso deve ter sido idéia do marido de alguma mulher que eu comi". Muito boa, não?
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