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Juntou Deus a água ao pó, e fez-se o barro.
Soprou Deus a escultura e fez-se o Homem.
Há quem diga que Deus teria feito antes a mulher, se o escriba das Sagradas Escrituras fosse a fêmea da espécie, e não o varão. E a darmos crença a tal falácia a lugar algum iríamos senão ao fomento de uma rixa estéril.
“Deixará o homem o pai e a mãe e se unirá a sua mulher e se tornarão uma só carne”. Priscila e Rafael buscam, juntos, esse caminho: o da feitura de “uma só carne” a partir de sua união.
Nada mais justo, nada mais limpo e lindo que isso: a união de gêneros e sexos, com afeição sincera e lealdade recíproca. Priscila traz consigo Pedro, Fernando e Luca; e Rafael, absorve-os em amor, porque é de amor que se faz família. E, certamente, esta família, agora nova, há de se expandir novamente e, para ambos, “uma só carne”, como preceitua o texto bíblico.
“Fiat pax”, pois, entre os gêneros, porque é nosso propósito a harmonia dos seres com o almejo à reprodução e à boa formação moral e intelectual, saudável e duradoura dos nossos frutos.
Deus não criou um Universo preguiçoso, mas um sistema da mais elevada complexidade, dinâmico e contínuo. Por isso nos cabe a missão da reprodução, tal como aos animais e às plantas, sempre com a parceria de todas as forças cósmicas. Estrelas nascem e desaparecem; sistemas planetários existem em incontáveis milhões de ocorrências simultâneas, num perfeito equilíbrio no Universo. Quando os nossos corações pulsam, pela nossa sobrevivência, ou se aceleram pelas nossas emoções, repetem a energia universal que imprime a música de todos os corpos existentes, do éter aos mais gigantescos sóis do céu.
O que nos cabe é pequenino e pouco, se nos parece grandioso é porque nossas forças são limitadas, nossa energia é mínima. Mas somos indispensáveis a nós mesmos e aos que nos são mais próximos. Desarmonizar nossa relação com os mais próximos é dar início ao novo caos.
Somos, então seres sensíveis e racionais, ativados por um espírito que nos induz e nos conduz a um constante aprimoramento social e moral. Não nos unimos em matrimônio sob o êmulo das riquezas materiais, mas pela ânsia de melhor fazer pelos que nos são pósteros e, de um modo egocêntrico, mas não egoísta, de também crescermos.
Hoje, o móvel de Priscila e Rafael é o amor. E, ao se unirem, fazem-no com preces ao Criador, pedindo-Lhe que lhes fortaleça a fé. E que lhes proporcione a paz para a tolerância ante suas diferenças. Que tenham também, sob a luz do Pai, otimismo para vencer os dias e seus testes, o futuro e suas surpresas. Sejam abençoados, pois, para alcançar, se não todos, os principais sonhos dessa união.
Abençoe-os o Pai dos Homens, dos bichos e das plantas, das águas e das montanhas, dos horizontes visuais e dos nossos sonhos.
Assim seja!
(*) Meu sobrinho Rafael Silva Granja casou-se, hoje, com Priscila Áquila Fernandes Granja. Em homenagem a eles, escrevi este texto, que li na cerimônia. Goiânia, 11/11/06)
4 comentários:
Recebi de Leida Gomes (Goiânia), por e-mail:
Luiz, a sua crônica é ótima,você
se mostra espiritualuzado e nos da a oportunidade de conhecer um pouco da sua forma de conviver com
o cosmo.
Parabéns.
Desejo que Deus cubra de bençãos e glórias a uniaõ de seu sobrinho Rafael Silva com Priscila.
Que assim sejá!
Beijo.
Lêida Gomes.
Recebi, por e-mail, de Conceição Matos (de Goiânia):
Compartilho com você o conceito dinâmico da criação, com participação
contínua de todos os seres. Entretanto há em suas palavras a judaica
teimosia de relacionar amor ao casamento (ou vice-versa).Amor ao sexo. Sexo
ao casamento...Família ao casamento... Com todo respeito, eu preciso
discordar!!!
Creio ainda que somos todos da mesma carne! Da mesma condição: frágeis e
mortais!A concepção de uma felicidade eterna ao encontrar sua alma gêmea é
novelesca. Relacionar esse versículo ao casamento é "forçação de barra" dos
judeus e cristãos...
Contudo compartilho a idéia de que TODOS somos feitos de energia. E somente
nós podemos escolher como utilizá-la. E cada um de nós é responsável por
nossas escolhas.
Que Rafael e Priscila saibam tirar dessa escolha muitas aprendizagens! Mas,
cuidado: não cobrem um do outro a responsabilidade por sua própria
felicidade!!!
Meu amigo e Poeta prefetido Luiz,peço vênia para algumas considerações.Ao ler seu texto lembrei quando aos 18 anos,assisti minha primeira aula de Direito Civil.Disse o professor:"O casamento é um contrato bilateral,de trato sucessivo..",enumerando diversos outros requisitos...então pensei:-só falta acrescentar a onerosidade..rs.Assim,mesmo com ascendência judaica e simpatizando fortemente com a idéia da existência de almas gêmeas,entendo que o amor,o sexo não são pressupostos de um contrato,ou seja,existem independentemente do casamento como instituição,não estando a esta atrelados.
Imprescindível também,nas relações interpessoais saudáveis,a preservação das individualidades.Creio na união firmada com base na autonomia da vontade das partes,que desejam compartilhar amor,sexo,verdade,lealdade,
reciprocidade,procriação se assim desejarem,respeito às diferenças e principalmente às individualidades,sob o mesmo teto, ou não..rs.
No mais,meu Poeta preferido,parabéns pelo brilhantismo habitual,deixando meus cumprimentos aos sobrinhos.
Beijos
Ainda que de forma indirecta, quero por este meio desejar toda a felicidade a Pri.
Tive o prazer de te conhecer muito de fugida (e como a "fugida" me foi difícil...) mas as ténues recordações que guardo, ainda hoje, me confundem...
Um grande beijo, um forte abraço.
Rui
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