Sem pânico, por favor!
Luiz de Aquino
Estamos todos assustados ante as notícias da "gripe suína". Não é para menos. Vejamos: tenho 63 anos e lembro-me bem que, na infância, éramos obrigados a nos vacinar contra varíola e tifo - condição "sine qua non" para nos matricularmos em qualquer escola etc. Nossos avós, os avós dos anos 50 do século passado, falavam ainda da febre amarela, combatida e praticamente erradicada pelo jovem doutor Osvaldo Cruz (esse merece o título de doutor com todas as letras), na primeira década do Século XX. Depois veio a gripe espanhola, coincidindo com a Primeira Guerra Mundial, na segunda metade da década de 1910. Um tio meu contava que as carroças (puxadas a burro) do Serviço de Limpeza Urbana da cidade do Rio de Janeiro, então capital da República, ostentavam as letras PDF (Prefeitura do Distrito Federal), e o humor carioca traduzia-as como "pede-se defunto fresco", pois elas passaram a recolher, nas ruas os corpos das vítimas da gripe.
Na década de 1970 (aí, eu já era um jovem adulto) surgiu a meningite. A tecnologia, o sistema de comunicação e de transporte, em todo o mundo, ainda eram incipientes diante do que temos hoje (mais ainda no Brasil, gigantesco e ainda concentrado nos chamados "grandes centros"). Pois as autoridades brasileiras da época conseguiram driblar a possível pandemia, e em pouco tempo despreocupamo-nos com o problema.
A imprensa mundial está centrada na questão da "gripe suína". Faz bem, imprensa existe é para isso mesmo – comunicar e informar. Não cabe à imprensa resolver o problema, mas manter a comunicação e renovar as informações. Com isso, os governos de todo o mundo cuidam de proteger seu território e sua população. É o que vemos.
Nesta manhã (hoje é quinta-feira, 30 de abril), na tevê, ouvi de um médico, David Uip, que as máscaras cirúrgicas, já em falta nas farmácias de todo o mundo, não têm a eficácia esperada, pois elas vencem em apenas duas horas, impregnadas de saliva. E não há indústria, em lugar algum do mundo, capaz de suprir a necessidade de reposição que se exige.
Há quem duvide da eficiência das autoridades médicas, considerando a constante ameaça da dengue. O mesmo médico rejeita a comparação, já que a gripe se contrai pela respiração, enquanto a dengue tem um vetor (o mosquito). E a gente ouve dizer, conversando com funcionários do complexo da saúde, que as tais autoridades municipais não têm interesse em erradicar a dengue, pois o trabalho de combate permite captar expressivas verbas do governo federal. Será? Eu, hem!
O que fazer? Cuidar de manter em alta o sistema imunológico, e isso implica alimentar-se bem, consumir doses razoáveis de vitamina C, dormir bem, não cometer excessos que causem desgastes físicos e emocionais (isso reduz nossas defesas). Essa é a nossa parte, ou seja, é o que podemos e devemos fazer.
De resto, e como em tudo na vida, é contar com a sorte e a proteção dos anjos, emissários de Deus para nos cobrar juízo, de vez em quando.
Luiz de Aquino é escritor e jornalista, membro da Academia Goiana de Letras e escreve aos domingos neste espaço.
E-mail: poetaluizdeaquino@gmail.com..
6 comentários:
Luiz,
As ameaças chegam de todos os lados e se fôssemos entrar em pânico—alerta é bom--, não haveria mais adrenalina para nos fazer correr caso seja necessário. Nos últimos tempos, desde a aids, vieram outros como vírus ebola, cólera, gripe aviária, sars( a síndrome de angústia respiratória que começou no oriente) e a não menos votada dengue hemorrágica. Isso para falarmos dos agentes microscópicos, já que outras ameaças do além chegam via astros celestes em rota de colisão, tsunami e crise financeira internacional. Não é apenas o sertanejo que é um forte, a espécie humana é multiforte, haja vista tantas pestes varíola, as sete pragas do Egito e se vai por aí afora.
Reparo: por questão de ordem sugiro colocar as duas febres na ordem cronológica, a da década de dez e depois a de cinquenta. Acho que ficará melhor.
Desculpe a audácia.
Bom feriado!
Abraço, Mara
Resposta do autor: Ah, por conta do feriado, o jornal fechou com antecedência... Mas eu preferi visitar a minha infânai (anos 50) antes de entrar na cronologia propriamente dita.
Seu comentário enriquece (muito!) minha crônica.
Beijos.
Luiz
Gripe suína é para quem tem espírito de porco.
Hello People!!
Entrei aqui para concordar com o Luiz...
E dizer à vocês que por aqui em Miami-Fl,está tudo tranquilo, estamos levando a vida normalmente.
Creio que essa epidemia irá ser controlada, todos os governos estão empenhados
em combatê-la e isso é muito bom!
Mas você sabia que milhares e milhares de pessoas aqui, morrem por causa do Flu,
que é a gripe comum deles?
O governo gasta muito com vacinação...
Mas isso não é divulgado pela imprensa, então as pessoas não se preocupam.
É muito engraçado, quando estive no Brasil a moda era a Dengue, e nem por isso
deixei de ir prá Goiás...Penso que quem nos guarda é Deus, perigos da gripe suína existem
em todo o mundo...Lógico, que devemos nos cuidar e não viajarmos para o México agora...
Mas a vida continua...Amanhã vou receber um casal de São Paulo e eles decidiram não
cancelar nada...Vou seguindo por aqui,agora lavando mais minhas mãos e usando um antibacterial muito eficaz,que eu carrego na bolsa, sempre fiz isso é muito bom!!
http://non-alcohol-hand
sanitizer.com/
Desinfeta as mãos sem precisar lavar e combate todos os germes.
Well, meus Amiguinhos que estão de viagem marcada para o exterior, não deixem que essa maldita gripe,
atrapalhe seus tão sonhados planos, de se divertir e aproveitar ao máximo,suas férias!
WELCOME TO FLORIDA EVERBODY!!
Miriã
Muito bom! Interessante e equilibrado!
Urda.
Vim aqui te conhecer por intermédio da amiga MIRIÃ...aquela delicia de amiga!!!!
Amei estar aqui!!!
C certeza volto !!!
Tem muita coisa boa p se ler aqui!!!!
Amei..
Bom final de semana !!!
Beijos...
Luiz, uma amiga assim se manifestou a respeito da gripe suina: "a mídia e as autoridades estão fazendo alarde, não há nada de concreto entre nós para tanta preocupação", ao que retruquei: "elas fazem o seu papel de nos alertarem, nos protegerem e nos conectarem com o resto do mundo. Já pensou se ficássemos feito doidos, querendo saber o que realmente está acontecendo e sem as informações corretas?"
O mundo, nós, de tempos em tempos, recebemos essas bordoadas da vida, impactos terríveis que dão medo.
Mas, felizes os que creem em Deus.
Abraços.
Maria Helena
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