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quarta-feira, setembro 23, 2009

Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis


Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis

Luiz de Aquino


No próximo dia 6 de outubro, em Pirenópolis, se Deus quiser, mais um livro meu virá a lume. Trata-se de “Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis”, com crônicas e outros escritos alusivos à cidade, berço histórico das qualidades da nossa terra. O dia é véspera do aniversário da cidade, surgida nos sertões ínvios do Brasil colonial, em 1727. E essa véspera tem, para mim, um significado especial: foi nesse dia, em 1978, que lá estreei em livro, com “O Cerco e outros casos”.

A escolha de Pirenópolis se deu por capricho muito especial. Desde sempre, ouvia canções e causos que me levavam, em alma, à vetusta cidade do Padre Luiz Gonzaga de Camargo Fleury, político e jornalista, redator-chefe do primeiro jornal do Centro-Oeste brasileiro – a “Matutina Meia-Pontense” – e patriarca de numerosa prole que deu origem a influentes famílias goianas.

Meu pai, Israel, pirenopolino legítimo e vivente em Caldas Novas desde 1940, jamais perdeu o fio de união com sua terra. Antes, por cota da família, centrada na figura carismática e feliz do meu avô Luiz de Aquino Alves, e dos amigos de infância, sempre lembrados em Caldas Novas e visitados rigorosamente, quando de nossas idas à velha urbe.

Juntei uns escritos. Não foi fácil selecionar, por isso digo que juntei os textos. O critério foi bem próximo do aleatório, eu quis apenas mostrar que lanço muito distante o nome da cidade e seus encantos, sempre que me é dada uma chance. Deixei de inserir a primeira das minhas crônicas sobre o que Pirenópolis me causa. Também não transcrevi diretamente a letra que compõe uma canção, com música de José Pinto Neto, em louvação àquela terra. Trata-se de “Sentimento pirenopolino” (esse nome não me soa bem e algumas pessoas preferem chamá-la de “Manhãs alegres”, palavras que abre o poema-letra).


Não convidei alguém para prefaciar o livro. A esse propósito, devo contar que dois grandes escritores brasileiros – o mineiro Guimarães Rosa e o goiano José J. Veiga – não gostavam de prefácios. Disse-me o Veiga que isso nada soma à qualidade da obra, que esta se vale mesmo é de si própria. Concordo, sem restrições. Mas ao mostrar originais a um escritor amigo e pedir-lhe um prefácio, o meu gesto é de carinho, é um convite para a festa. E, sem demérito aos demais, o prefaciador é, para mim, o convidado de honra para a festa que é o livro.

Desta vez, portanto, não tenho um convidado especial para o livro. É que, por ser Pirenópolis, a lista de especiais é muito longa, a começar pelo meu pai, passando por um sem-número de amigos e parentes, de escritores que ocupam lugares especiais no meu bem-querer. O prefácio, então, não acontece neste livro. Assim como muitos, muitos escritos ficam também de fora (tenho mais de duzentos textos, entre poemas, crônicas, artigos, reportagens e entrevistas, coletadas e concedidas, em que enfatizo a cidade e suas cercanias).

A obra leva a chancela da Contato, a editora do meu amigo Iuri Rincon Godinho, e sai com o apoio indispensável e valioso do prefeito Nivaldo Melo, do presidente da Câmara Municipal, Eli de Sá, e a eficiência do secretário Gedson Oliveira.

Ah, já me esquecia! A Câmara Municipal de Pirenópolis me presenteia com algo que me toca profundamente os brios: o título de Cidadão Honorário. Recentemente, em conversa com os vereadores, disse-lhes que não preciso dessa homenagem para me sentir pirenopolino. Isso eu sou desde que nasci. Mas, enfatizou-me o vereador-presidente, Eli: “Pois continue se sentindo assim, mas leve o papel para enfeitar sua parede”.

Aceito, sim, meu querido vereador Eli! Esse papel enfeita minha parede, mas, muito especialmente, a minha alma. Alma de pirenopolino.


* * *

Luiz de Aquino (poetaluizdeaquino@gmail.com) é escritor e jornalista, membro da Academia Goiana de Letras.

9 comentários:

Fátima Paraguassu / Santa Cruz de Goiás disse...

Muito me orgulho ao receber esta crônica. Por meio dela desfila em minha frente uma cidade imaginária, que ainda nao conheço pessoalmente. Parabéns a você, parabéns a Pirenópolis.

Simone Arantes disse...

Amei poeta esta cronica.
É realmente delicioso ler um texto tão rico em palavras e detalhes.
Ah, e a quem for deixar sua herança em sabedoria transcritas para um papel, com certeza estes sim terão em seu poder um verdadeiro tesouro.

Beijos de sua eterna admiradora,

Simone

Marluci Costa disse...

Senti-me orgulhosa por você, querido amigo.
Você é o exemplo de pessoa que coloca muito amor e energia nas coisas que faz. E faz bem! E aí está a resposta: Cidadão Honorário de Pirenópolis.
Você ganha e Pirenópolis também: um livro que tenho certeza terá a sua alma e a da cidade, em comunhão.
Sua crônica está ímpar !!!!
Está vendo? Não são só vocês que ganham ! Nós, seus leitores, também somos presenteados com textos primorosos, como este.
Seu eu já tinha vontade de conhecer Pirenópolis, imagine agora depois de ter sabido tantas coisas de lá através de você!
Ah! Adorei as suas fotos!
Parabéns!

Anônimo disse...

Belo,lindo,maravilhoso! Saudade de Pirinópolis, Belas fotos!! Ireci Maria.

Cristiane Arantes disse...

Parabéns por mais um livro a ser publicado. Mamãe por certo, se estivesse boa, estaria lá para prestigiar e contar mil casos dos ancestrais de papai em Meia Ponte como o meu bisavô Zeca Batista, por isso e merecidamente faz parte do IHGG. Parabéns por mais este filho gerado em forma de LIVRO.

Eliana Mara Chiossi disse...

O Certo e outros casos é o livro que me trouxe você...
E minha vida está cheia de lembranças destes tempos!

Um abraço

Eliana Mara

Mara Narciso disse...

Acho que o seu gostar de Pirenópolis é um pouco como o seu gostar de sexo, já que sempre que escreve sobre os citados temas há muita emoção, paixão e boas escritas. Mesmo que não tenha ewscolhido detidamente os textos, posso imaginar como o livro deve estar interessante e emocional. Por essa crônica, uma breve declaração de amor e fotos belas( ângulos inesperados), antevejo o efeito do conteúdo livro. Salve Pirenópolis!E sucesso para você!

Unknown disse...

O lançamento será dia 6 ou dia 9.
Ví duas datas "No próximo dia 6 de outubro, em Pirenópolis, se Deus quiser, mais um livro meu virá a lume." e
"Meia-Ponte do Rosário, Pirenópolis" será lançado no dia 9 de outubro, às 19 horas, no Teatro Sebastião Pompeu de Pina, em Pirenópolis, logo após a Sessão Solene da Câmara em que receberei o título de Cidadão Honorário."
Quero ir vou chamar o Leo.
Bjs

Luiz de Aquino disse...

Lúcia,

Será no dia 9, sexta-feira.
A confusão fica por conta do adiamento, motivado por ajustes na agenda da Câmara Municipal.

Anotou?

Obrigado, e me desculpe por confundi-la.