Páginas

sexta-feira, março 04, 2011



Dia da Imprensa goiana

No dia 5 de marco de 1830, surgiu em Meia-Ponte, atual Pirenópolis, o primeiro jornal a circular no Centro-Oeste brasileiro – Matutina Meiapontense. O informativo logo se tornou o veículo oficial das províncias de Goiás e Mato Grosso e circulou até 1834, com 526 edições. Esse jornal foi uma iniciativa do incansável empreendedor Joaquim Alves de Oliveira e teve como redator-chefe o padre Luís Gonzaga de Camargo Fleuri .

O jornal Cinco de Março
Coincidentemente, a 5 de marco de 1959, uma passeata estudantil pelas ruas de Goiânia foi violentamente reprimida pela Polícia Militar, por ordem do governador da época; daí nasceu o semanário Cinco de Março, idealizado e dirigido pelos jovens jornalistas idealistas Batista Custódio e Telmo de Faria. O Cinco de Março foi um baluarte das liberdades desde seu surgimento até o encerramento de suas edições, em agosto de 1980 (o Diário da Manha circulava desde 12 de marco daquele ano).


A Matutina Meiapontense ganhou, no decorrer do governo de Irapuan Costa Júnior (1975/79), por iniciativa do vice-governador José Luiz Bittencourt, uma reedição de todas os números publicados. Coube ao escritor José Mendonça Teles pesquisar e buscar exemplares da ”Matutina” pelo Brasil afora. Já o Cinco de Março foi, também, alvo do empenho de José Mendonça Teles: por sua iniciativa, o semanário de Batista Custódio teve todas as suas edições microfilmadas. Esse acervo está no Instituto Histórico do Brasil Central, da PUC de Goiás.


José Mendonça Teles
Ambos os trabalhos merecem, para os anais da imprensa em Goiás, minuciosa entrevista com o pesquisador; ou detalhados depoimentos dele, José Mendonça, por escrito ou de viva voz, para os registros do Museu da Imagem e do Som. E que tudo isso seja igualmente reservado para o acervo de um futuro Museu da Imprensa, projeto de que, há onze anos, se ocupa o fotógrafo Nelson Santos.

Autoridades e personalidades de realce desejam muito que o projeto de Nelson dos Santos se realize. Sua sede, indiscutivelmente, há de ser em Pirenópolis, berço da nossa imprensa. O próprio José Mendonça é grande entusiasta da ideia. O que se quer, agora, é apoio das autoridades para que o empresariado também se estimule e esse museu seja instalado.

Estou certo de que o tema interessa diretamente ao governador Marconi Perillo, tanto quanto a todos os jornalistas, historiadores e todas as pessoas voltadas para a preservação da memória histórica de Goiás.


* * * 


Luiz de Aquino – poetaluizdeaquino@gmail.com

3 comentários:

Sinvaliine Pinheiro (Uruaçu, GO) disse...

Querido amigo, leio seus textos, esse último é um resgate da historia. Aqui, nos arquivos antigos, tem muito da imprensa antiga; se for levantar mais posso ajudar. Ontem uma moça jornalista, formada na PUC, me enviou e-mail falando da (imprença), é absurdo!...
Será que a escola atual não é competente, o que acontece? Qual será o futuro dos escritores, jornalistas e todo profissional que se nem sequer sabe escrever? Imagina administrar a função que escolheu... Será que no mundo futuro não teremos gente que saiba realmente cumprir o que aprendeu (ou nao aprendeu) na escola?
Parabéns amigo, você é grande!

Sinvaline

Sueli Soares da Silva (de Magé, RJ) disse...

Com um trabalho assim, não é só Goiás que ganha, mas o país inteiro, seu egoísta.

Sueli Soares

Mara Narciso disse...

Hoje, o mundo virtual possibilita a criação, com poucos gastos, de um museu original, acessível e possível. Com a vantagem de não poder ser vítima de traças. Poderia digitalizar tudo que está ao alcance da destruição do tempo e colocá-lo na tela. Não deixa de ser um caminho para guardar acervos importantes como este citado.