Dia da Imprensa goiana
No dia 5 de marco de 1830, surgiu em Meia-Ponte, atual Pirenópolis, o primeiro jornal a circular no Centro-Oeste brasileiro – Matutina Meiapontense. O informativo logo se tornou o veículo oficial das províncias de Goiás e Mato Grosso e circulou até 1834, com 526 edições. Esse jornal foi uma iniciativa do incansável empreendedor Joaquim Alves de Oliveira e teve como redator-chefe o padre Luís Gonzaga de Camargo Fleuri .
O jornal Cinco de Março |
Coincidentemente, a 5 de marco de 1959, uma passeata estudantil pelas ruas de Goiânia foi violentamente reprimida pela Polícia Militar, por ordem do governador da época; daí nasceu o semanário Cinco de Março, idealizado e dirigido pelos jovens jornalistas idealistas Batista Custódio e Telmo de Faria. O Cinco de Março foi um baluarte das liberdades desde seu surgimento até o encerramento de suas edições, em agosto de 1980 (o Diário da Manha circulava desde 12 de marco daquele ano).
A Matutina Meiapontense ganhou, no decorrer do governo de Irapuan Costa Júnior (1975/79), por iniciativa do vice-governador José Luiz Bittencourt, uma reedição de todas os números publicados. Coube ao escritor José Mendonça Teles pesquisar e buscar exemplares da ”Matutina” pelo Brasil afora. Já o Cinco de Março foi, também, alvo do empenho de José Mendonça Teles: por sua iniciativa, o semanário de Batista Custódio teve todas as suas edições microfilmadas. Esse acervo está no Instituto Histórico do Brasil Central, da PUC de Goiás.
José Mendonça Teles |
Ambos os trabalhos merecem, para os anais da imprensa em Goiás, minuciosa entrevista com o pesquisador; ou detalhados depoimentos dele, José Mendonça, por escrito ou de viva voz, para os registros do Museu da Imagem e do Som. E que tudo isso seja igualmente reservado para o acervo de um futuro Museu da Imprensa, projeto de que, há onze anos, se ocupa o fotógrafo Nelson Santos.
Autoridades e personalidades de realce desejam muito que o projeto de Nelson dos Santos se realize. Sua sede, indiscutivelmente, há de ser em Pirenópolis, berço da nossa imprensa. O próprio José Mendonça é grande entusiasta da ideia. O que se quer, agora, é apoio das autoridades para que o empresariado também se estimule e esse museu seja instalado.
Estou certo de que o tema interessa diretamente ao governador Marconi Perillo, tanto quanto a todos os jornalistas, historiadores e todas as pessoas voltadas para a preservação da memória histórica de Goiás.
Luiz de Aquino – poetaluizdeaquino@gmail.com
3 comentários:
Querido amigo, leio seus textos, esse último é um resgate da historia. Aqui, nos arquivos antigos, tem muito da imprensa antiga; se for levantar mais posso ajudar. Ontem uma moça jornalista, formada na PUC, me enviou e-mail falando da (imprença), é absurdo!...
Será que a escola atual não é competente, o que acontece? Qual será o futuro dos escritores, jornalistas e todo profissional que se nem sequer sabe escrever? Imagina administrar a função que escolheu... Será que no mundo futuro não teremos gente que saiba realmente cumprir o que aprendeu (ou nao aprendeu) na escola?
Parabéns amigo, você é grande!
Sinvaline
Com um trabalho assim, não é só Goiás que ganha, mas o país inteiro, seu egoísta.
Sueli Soares
Hoje, o mundo virtual possibilita a criação, com poucos gastos, de um museu original, acessível e possível. Com a vantagem de não poder ser vítima de traças. Poderia digitalizar tudo que está ao alcance da destruição do tempo e colocá-lo na tela. Não deixa de ser um caminho para guardar acervos importantes como este citado.
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