Páginas

sábado, março 26, 2011

Lustrando o umbigo e lambendo a cria

Lustrando o umbigo e lambendo a cria

Fernando Py, crítico e poeta carioca

Acabo de receber de Fernando Py dois recortes do jornal “Tribuna de Petrópolis”. Num deles, de 19 de novembro, o poeta e crítico carioca, morador de Petrópolis, na região serrana do Estado do Rio, comenta meu livro “Poemas de amor e Terra”; no outro, do mesmo jornal, mas da edição de 26 de novembro, ele analisa “PW – O Mundo Impossível”, de Lucas Leão Alves (meu filho mais novo).

Fernando Py discorre muito confortavelmente sobre a poesia que se produz em todo o país. Dele, escreveu Sylvio Adalberto, no Jornal Poiésis – Literatura, Pensamento & Arte: Nascido em 13 de junho de 1935 no Rio de Janeiro, Fernando Py é hoje uma referência nacional quando o assunto é literatura. Com uma produção poética distinta, é também um competente tradutor e crítico literário.

Em sua coluna no periódico de Petrópolis, ele enfoca, a cada semana, dois autores. Ao falar de mim, coloca-me junto do poeta cearense residente em Recife Everardo Norões, autor de “Retábulo de Jerônimo Bosh” (Rio de Janeiro, 7letras, 2008). Py tornou-se amigo do poetariado de Goiás há anos e já tem publicado livros críticos sobre nossa poesia. Agora, e sobre mim, nesse livro de 2007, ele diz:


“...o goiano Luiz de Aquino exercita seu prazer de escrever poesia (...). Neste livro, são predominantes os versos de amor e aqueles que se conectam à terra, ou melhor, às terras que já visitou e lhe deixaram impressão especial, sem esquecer a terra natal, como no poema ‘Em João Pessoa’: ‘Morasse em João Pessoa, / ai! / Morreria de saudade / de Goiás’. Mas os que se referem ao amor são os mais significativos. Aquino aborda vários tipos: há poemas sobre a ingenuidade amorosa, sobre o amor maduro e até os fortemente eróticos. Destacam-se, a meu ver, ‘Lembranças de porto’, ‘Distante’, ‘Duas línguas’, ‘Saber de Néctar’, Um beijo morno e fácil’ e  ‘In natura’. Vale a pena uma leitura cuidadosa”. 
As capas dos livros, da publicaçao Goiânia em Prosa e
Verso (Sec. Municipal de Cultura de Goiânia e PUC de Goiás). 

Em outra edição, a de 26 de novembro de 2010, ele enfoca dois livros: “Cabeças de segunda-feira”, de Ignácio de Loyola Brandão, e esse aí, ó:


PW – o mundo impossível, de Lucas Leão Alves (Goiânia, Universidade Católica de Goiás, 2007) Novela de aventuras escrita por um garoto de pouco mais de dez anos (e que prefere ser considerado “pré-adolescente”). A história toda supreende pela fantástica imaginação. Lucas cria um mundo “impossível”, PW, onde é tudo fruto de situações inverossímeis, criadas contudo com grande eficiência. Temos aqui visível influência de leituras de livros (os acontecimentos em PW lembram as narrativas das viagens de Gulliver, ou as aventuras mentirosas e fascinantes do Barão de Munchausen, tudo isso semeado com temas tirados á física teórica, como a noção de “mundos paralelos”, p.ex., e de histórias em quadrinhos, como as de Batman. PW é um mundo incrivelmente próprio para também ativar a imaginação do leitor – enquanto está lendo a narrativa, a noção que ele se faz desse conjunto de casos fantásticos e fascinantes vai tomando corpo em sua cabeça, acabando por fazê-lo aceitar sem questionamentos essas situações incríveis e maravilhosamente inventadas e descritas por um garoto. E o leitor sai da leitura com a sensação de haver redescoberto a própria infância, de haver topado inesperadamente com um escritor no seu exercício de formação. Imagino como se fará importante o escritor Lucas Leão Alves quando for um adulto maduro. É viver para ver”.

Bem... Todos gostamos de ser lidos e comentados – sobretudo quando se nos cabem elogios, e ainda mais quando o autor é consagrado nacional e internacionalmente. Mas quando o agrado atinge um filho... Aí a nossa corujice fala alto. Muito alto! Por isso, exponho meu coração ao Fernando Py, feliz e agradecido.



Eu e Lucas, no lançamento(2007),
* * *

5 comentários:

Pedro Du Bois disse...

Excelentes retornos, Luiz. Parabéns. Abraços, Pedro.

Amaury Menezes disse...

Amigo Luiz de Aquino.
A crítica de quem tem autoridade para fazer, como o Fernando Py, é uma forma de reconhecimento nacional à sua poesia.
Quannto ao futuro do Lucas, manifesto minha confiança e a desconfiança se o tempo me permitirá chegar para ver.
Abraço.
Amaury.

Mara Narciso disse...

Lembro-me do lançamento do livro de Lucas Leão Aquino e das entrevistas que provocou. Não tinha ideia de que era uma obra tão diferente e importante. Pois é, Luiz, a sua corujice foi até branda, no caso, considerando o teor da análise e a qualidade do analista. E sobre seu poemas eróticos, dou nota dez. São maravilhosos.

Marluzis disse...

Meu poeta iluminado! Emocionei-me.
É por isso que você escreve, não é mesmo? Comentar sobre a obra do Lucas foi além da sua extensão de vida. Você é um privilegiado poeta e artista, pois tem as suas obras (livros e Lucas) sobressaídas ainda nesta vida, o que não é comum acontecer. Imagina! Até a sua geração futura já está sendo exaltada!
Parabéns!
Meu carinho.

Valéria Gomes disse...

Parabéns ao Pai, ao Filho e ao Neto...