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sábado, fevereiro 28, 2015

AGL – Iuri para presidente

Iuri Rincon Godinho



AGL – Iuri para presidente



A cada dois anos, os membros efetivos da Academia Goiana de Letras elegem seu novo presidente. Existe o preceito da reeleição para mais um mandato – sempre preguei um mandato único de três anos, mas não fui ouvido. As pessoas, parece, gostam de se sentir paparicadas e a reeleição sugere isso.

O atual presidente, Getúlio Targino Lima, exerce o seu segundo mandato, o que prenuncia mudança em setembro, o mês da eleição. E com uma antecedência de sete meses (muito tempo para um interstício de apenas dois anos), o tema foi suscitado em reunião plenária, recentemente.

E já que se falou nisso, que se mexam os interessados, claro! Academias de Letras trazem consigo – pela vitaliciedade de seus membros – a conotação da maturidade. A começar por um critério subjetivo, mas insistente, de se buscar eleger escritores mais velhos. Dos atuais membros, um tentou eleger-se no verdor dos vinte anos, foi aconselhado a desistir – mas persistiu. E passou pelo constrangimento de não obter um voto sequer.

Academias gostam, também, de eleger figuras notáveis da sociedade, da economia e da política. A Academia Brasileira de Letras já elegeu Getúlio Vargas, José Sarney, Marco Maciel e Fernando Henrique Cardoso, além de jornalistas em evidência no momento de suas candidaturas, tudo isso em detrimento de notáveis escritores – só para citar, Mário Quintana foi derrotado três vezes.

Mas não quero abordar critérios de escolha de novos membros – isso é do foro íntimo de cada acadêmico (eleitor) e pressupõe-se que cada um sabe o que faz. E o mesmo acontece quando da escolha de novo presidente (e outros membros da Diretoria). Já tivemos, na AGL, presidentes com mais de dez anos de exercício do cargo, situação que se corrigiu na reforma estatutária de 1996. Essa prática de se perpetuar na presidência é nefasta, tanto para a entidade quanto para o vaidoso que insiste em não passar o bastão. Mas, enfim, essa continuidade se dá também pela omissão ou pelo conformismo de quem vota. Ou de quem não se candidata.

Gosto de renovação. E gosto também de ver ideias novas num campo em que o conservadorismo já deixa picumãs. Dentre os membros da AGL, há raríssimos jovens – e esclareço que, diante da nossa realidade, permito-me dizer jovem aos que tenham menos de 60 anos.

Vejo como capaz de inovar, sem quebra das tradições da Casa e das características de respeito aos vultos que tão bem marcaram aquele sodalício, o acadêmico Iuri Rincon Godinho.

Poeta, jornalista, publicitário, empresário, editor... Homem de ideias e de fazer, destaca-se pelo espírito empreendedor e arrojado. Demonstrou isso tão logo concluiu seus estudos, mal entrado na casa dos vinte anos, ao criar a Contato – sua agência de comunicação, de publicidade e editora. Não sei, sinceramente, se suas edições já atingem marcas de centenas, mas suponho que sim. Tem trânsito livre nos meios econômicos, sociais, literários, das artes plásticas, da política e no mercado de eventos, é autor de inúmeras obras que vão da poesia à história, coordena várias coleções editoriais – enfim, não é fácil discorrer sobre os feitos de Iuri sem pecar por omissões e esquecimentos.

Gostarei muito de vê-lo presidente da Academia Goiana de Letras, a Casa criada em 1939 por Colemar Natal e Silva. Iuri, um incontestável homem de cultura – e não uma pseudo celebridade que por acaso publicou um ou dois livros – já presidiu a União Brasileira de Escritores de Goiás e disse a que veio. Sem ocupar cargos de realce, marca presença com força e eficiência em vários segmentos. Atualmente, dirige a Casa Altamiro, também da AGL, e nos traz novidades.

Estou seguro de que, presidente da AGL, dará continuidade ativa a trabalhos lançados e expressivos dos últimos presidentes – Hélio Moreira e Getúlio Targino – com realce para a construção do novo imóvel, ao lado da sede histórica, proporcionando-nos espaço e funcionalidade.

Conte comigo, Iuri!


* * *

Luiz de Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.


Um comentário:

Mara Narciso disse...

Sem tecer loas e elogios exagerados de fã, mostra com ênfase e sem omissão a sua posição. E que vença o melhor!