Árvore de tarde e memória
Há um sentir, a
começar de um sentimento fugaz
e comum, olhar:
é identidade,
afinidade e...
Ah, algo assim
como um caminho,
começa e
prossegue...
Lembra-me uma
tarde,
Calor e muito
encanto... Descobri coisas.
– Lembra? Havia
uma árvore, solene e só,
como esquecida e
sem dona, alheia ao tempo
e aos comuns, que
não a notam nem quando,
sôfregos e
cansados, confortam-se da sombra.
lembro-me que a fiz
presente
do aniversário de
logo antes,
Sexta e treze e
Santa.
Aquela tarde...
Inesquecível, ela! Contou-me coisas
novidades...
Quais?
– Ah!, que sou
capaz de antevisões e sentidos e
de me multiplicar
dos sonhos,
como aquilo de te
amar tantas vezes quanto
as sardas do teu
corpo e
sob a luz do teu
olhar severo e doce;
e de me enfeitiçar
de beijos, os teus e
os exóticos que te
dei
em "mares
nunca dantes navegados"
e de despertar
vulcões ainda virgens
da minha
curiosidade
e achar-me feliz
porque o êxtase se fez
e eu queria mais,
e quero mais...
e te amo demais; e
mais; muito mais.
Ela chora outra vez; como antes e quando era
novo.
Achei que tinha perdido essa mania de chorar
pelas palavras que lhe escolho
pelas palavras que lhe escolho
e toco.
– Chora comigo;
quero beber tua lágrima
de mulher e feliz.
Quero a música
ritmada do seu
soluço feito como marcação
do meu samba
emergente,
do meu tango
triste e ansioso e
da minha valsa de
alegria e esperança;
e tua voz me soará
bolero de voltas
e amor romance.
Fotos: Arquivo do autor e Internet
**************************************************************
Do meu livro Poemas de amor e Terra / Poesia Completa, p. 314.
Um comentário:
Belo, apaixonado, tocante e levemente erótico, como se erotismo pudesse ser leve. Quando excita esquenta e não fica leve mais, ainda que nos faça flutuar. Salvo engano, li o poema no Facebook, e me pareceu mais longo aqui. As fotos de árvores floridas multiplicaram o encantamento.
Postar um comentário