Literatura Goyas, Antologia 2015 e Histórias de Ternura |
Natal
de ternura e versos
Nas últimas
semanas, “um amigo meu” recém saído da faixa dos “sexy-agenários”, anda
propalando aos quatro ventos o seu desencanto ante a realidade nacional. Nossas
universidades despejam bacharéis mal formados – legitimamente chamados de “analfabetos
funcionais”. A classe política está desacreditada, falida, suspeita e parte
dela, expressiva pelo peso dos nomes, encarcerados ou obrigados a usar tornozeleiras
eletrônicas.
Em 1964, num
manifesto à nação para justificar o golpe de Estado, os militares conspiradores
afirmaram que “as elites civis estão falidas”. Será? E agora, hem? Não quero
falar dessa proposta petista para tirar a presidente Dilma (petista, sim!
Quantas vezes, desde Fernando Collor, o PT apresentou pedidos de impeachment?).
Não quero falar nas artimanhas do Eduardo Cunha. Nem dos “pastores” que se
parecem muito mais com as siglas partidárias do que com as “denominações” de
suas igrejas.
Esse “meu amigo”
chega a dizer que preferia ter morrido alguns anos atrás – não sofreria tanta
vergonha nem seria obrigado a admitir que a nossa geração faliu, fracassou,
errou em tudo! Mas, incrivelmente, a dos nossos filhos, também! E não foi
suficiente mostrar-lhes, como o fizemos, os pontos em que falhamos.
Então, questiono
esse “meu amigo” dizendo-lhe que podemos enfiar a cabeça na areia. Ou melhor,
enfiar os olhos e toda a concentração em algo que os-de-agora não sabem fazer:
percorrer nossas estantes, escolher alguns livros, sempre há alguns que não
lemos ou mesmo aqueles que somos tentados e reler.
Ou, então, recorrer
à iniciativa de alguns amigos – Ademir Hamu, que aliou-se à Rossana Almeida R.
Alencastro Veiga e, juntos, produziram uma belíssima antologia a que chamaram
de Histórias de Ternura. E também o Adalberto de Queiroz, que recrutou 46
poetas numa antologia – Literatura Goyaz, Antologia 2015 – de poemas e
minicontos.
Coincidência –
46 casos de ternura (alguns produziram dois textos) na antologia de Ademir e
Rossana, 46 poetas na coletânea poética de Adalberto. Eu próprio marquei
presença nos dois livros. Histórias de Ternura teve lançamento festivo e muito
concorrido no Bougainville, e Literatura Goyaz, Antologia 2015 terá sua festa
em janeiro.
Em ambos os
casos, os livros podem ser adquiridos diretamente com seus organizadores
(custam, cada um, o preço módico de R$ 20,00; acho que é a primeira vez que uso
a palavra “módico”, mas não vou explicá-la). Na última sexta-feira, fiz um “kit”
– um de meus livros de poemas e mais um exemplar Histórias de Ternura e
Literatura Goiás, Antologia 2015 – e presenteei o amigo-secreto na minha primeira
confraternização deste Natal.
Aguardo, pelo
correio, o Volume 5 de outra antologia de que participo – Pedro II Tudo ou
Nada? -, organizada pelos meus queridos Mirian Cavalcanti, Paulo Rubem S.
Valente e Fernando Quintella. São algumas dezenas de crônicas e poemas,
publicados a cada ano, por joviais coroas que estudaram no tradicional CPII, no
Rio de Janeiro. A condição para se participar é apenas a de ter sido aluno do
Imperial Colégio. Ou seja, entre nós há também alguns jovens que sentem o mesmo
amor que nós e gostam de recordar tudo o que marcou nossa vida de adolescentes
em uniformes (ainda mais naquele uniforme!).
Deste falarei
assim que receber meus exemplares!
***
Luiz de
Aquino é jornalista e escritor, membro da Academia Goiana de Letras.
Um comentário:
Estou envelhecendo sem arrependimento pelo que fiz ou deixei de fazer, porque não tenho vocação para sofrer. Confesso que errei, e muito, mas também acertei bastante. Quanto as escolhas que "os-de-agora" fazem, não me cabe julgá-las. Aprendo muito com meus filhos, os amigos deles e ex-alunos, vivendo em constante troca, tendo em vista que os interesses se mostram divergentes, como acontecia entre mim e os meus pais - questão sucessória. Escolhas, meu querido! Escolhas!
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