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quinta-feira, dezembro 03, 2009

Dois poemas inéditos

Dois poemas meus, inéditos, foram postados pelo jornalista Nilson Gomes em sua coluna no blog do Senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Copiei, e colo a seguir, a publicação. O endereço é http://demostenestorres.blogspot.com/2009/11/coluna-poesia-por-nilson-gomes.html?



TERÇA-FEIRA, 24 DE NOVEMBRO DE 2009

Coluna Poesia - por Nilson Gomes

Luiz de Aquino é um poeta brasileiro nascido em Caldas Novas-GO. Autor de livros de contos, crônicas, história e, principalmente, poesia. Os poemas a seguir, inéditos e exclusivos para o site do senador Demóstenes, são da obra “De amor e pele”, seu próximo lançamento.




Acre, ácido; abrasivo.


Não seja este, talvez, o tempo
de se plantar amores, carícias
e outras flores
do mesmo feitio. Tenho visto que murcham
as pétalas de afago mal semeadas:
terra imprópria, tempo seco,
solo árido, talvez.


Vali-me de boa semente,
revolvi entre as rochas;
pensei achar solo de bom húmus;
plantei em pétalas
e pólen de bom aroma.


Soprava leve a brisa. Virou vento,
fez-se forte. Trouxe chuva e granizo,
vergou-se caule broto
de folhas virgens e murchou-se a muda
dos meus zelos.


Debalde! Desisto da flor
e dos amigos.
Quem sabe eu ganhe uns dinheiros
e passe a comprar silêncios?


Rés do chão, ao olhar
O táxi, a chuva, madrugada,
o tempo, pessoas e a vontade.
Havia um quê de estranho.

É sempre assim a vez primeira,
um estar insistente e tenso
– tensão, tesão e medo.

Hormônios em êxtase e ávidos,
peles e pêlos ostensivos, nus.
Bocas sedentas, secas, quentes.

A noite anda, e aviva a chuva.
Há o ar de espera e ansiedade...
A mão diz adeus, a boca assente.

A pele, não; espera. E acerta
um dia além, futuro e breve:
o mérito é mútuo.

Chiado de rodas no asfalto,
longe e líneo. Olhar frustrado
e baixo: é linha de terra.

4 comentários:

Wanda disse...

"Tenho visto que murcham as pétalas de afago mal semeadas.." Como isso é verdade! Se o solo não for adequado é o que acontece. Mas, muitas vezes, ocorre o contrário; o solo é fértil, mas a semente não é boa. Difícil a vida, cheia de desafios e ainda assim eu amo viver.
O outro poema também muito lindo.
Você é demais, querido poeta goiano.
Beijos!

Anônimo disse...

Luiz, poeta sensível

Fica dificil dizer qual dos dois poemas gosto mais...brincando com vc, e um poemeto meu que responde aos seus dois poemas: há tanta lucidez que as palavras emudeceram e deu...branco.

Carinho

Sandra

Unknown disse...

Ah poeta! Gênio em palavras, gênio em emoções, melhor dizendo gênio em alegrar almas e corações. (juro que sem intenção de rimar) Belíssimo poema.
Parabéns sempre!
Abraços!

Maria Luiza disse...

A vida sempre presente em tudo que escreve.
O coração bate forte ao ler cada poema.
Você traz uma paz e tranquiliza nossas almas!Tudo se move, com a afetividade que passa em cada palavra.

Com carinho..Maria Luiza