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domingo, agosto 30, 2020

NADA SE PERDE


 



Nada se perde



A flor que murcha no chão 
e seca e se funde e, perpétua, 
fecunda o solo e floresce.





A água que some, evapora, 
infiltra-se ou se faz consumida, 
retorna líquida nas fontes, 



nos caudais e nas nuvens,
retornando em chuva
que rega plantas, encharca o solo, 



sacia raízes e surge outra vez
em flores de viço e cores
para em breve, caídas, 




virarem pó que bebe gotas
de chuva, sereno, orvalho...

             É vida sempre nova!


* * * * * *

 Luiz de Aquino, escritor de prosa e verso

 

 

7 comentários:

Nilson Jaime disse...

O ciclo hidrológico
O ciclo do carbono
O ciclo de energia
O ciclo da vida.
Seu poema é uma tradução poética da 1a. Lei da termodinâmica.
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Zanilda Freitas disse...

O seu dom de de escrever e os ciclos das plantas, onde "nada se perde" são dádivas do Criador.

Mara Narciso disse...

Estou apreciando esta sua outra forma de comunicar bonitezas poéticas, enfeitando o mundo árido desse momento (meses) que vivemos. Viva sua poesia!

Gugu disse...

Nessa ode,o menestrel desnuda o pranto da terra mutilada pelo homem,num clamor pungente. Mas a natureza se agita na recomposição da vida e o homem se recolhe a sua pequenez diante desse espetáculo.

adeliafreitas disse...

Tem razão, poeta. Tudo é cíclico, tudo. Belo poema.

Wagner de Barros disse...

Wagner de Barros disse...

Belos versos de exaltação dos bens da natureza! Justo no momento em que se destrói a flora tropical e o manto verde que nos abriga e alimenta para sustentar a ganância argentária!
WB

Maria Amélia Trindade disse...

Belo tema, e versos bem soados entre ritmos e rimas. Aceite os parabéns desta discípula. 👏👏👏