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quarta-feira, fevereiro 03, 2021

Poeta



Poeta

 

Se eu tiver, minha amiga,
que dizer num momento
a essência de tudo o que vi
e vivi
nos dias todos da angustiante existência,
pode ser que engane
ao definir problemas
ditos existenciais.

 

— De repente,
existo entre tantos
escolhidos pela sorte
para serem felizes.

 

Eu, com as limitações todas
da vida humilde,
tive de ser um dentre muitos
a sobreviver.

 

Talvez seja isso
o mistério indizível
de me tornar poeta
menor
pra cantar madrugadas
sem colunas
sociais.

Ilustração: Dinéia Dutra, 1984

 

* * *

Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.

8 comentários:

Zanilda Freitas disse...

Poeta maior amei esse poema e esse mistério indizível. Excelente!

Samuel disse...

Refletiu muito bem o espírito altivo do poeta sempre a sondar e a apreciar a vida.

Fernanda Cruz disse...

Sua poesia, poeaia que basta. Nos basta sua vastidão! Grata, poeta.

Rosilda Nunes disse...

"Poeta", grande passo na descoberta do ser "poeta".
Estar nas madrugadas sem colunas sociais ... que riqueza isso!!! Talvez a maior de todas as riquezas dos poetas; poder fazer parte de um momento único. É ele, a palavra, o momento. A vida inteira em um pequeno verso. Assim é feito o sentimento de um poeta maior.
"Serenata sintética", também é isto, uma vida em meia dúzia de palavras... perfeito, parabéns!

Sinésio Dioliveira disse...

Cantamos madrugada em Pirenópolis, caminhando por ruas perfumadas de jasmim-laranjeira.

Sônia Elizabeth disse...

E siga poetando pela existencia afora, amigo!

Valéria Gomes disse...

Sinto a solidez da solidão, tão amada, no silêncio ensurdecedor dos teus versos.
📿 Uma prece.

Rosy Cardoso disse...

Hummmm!!!! assim sempre será poeta.