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quarta-feira, fevereiro 17, 2021

Templo

 

Templo

 

Mãos: nós as temos por selos
do amor ingênuo, preso como
as lágrimas da ausência.


Fizemos dos olhos 
sondas de nossas almas. 
Viajo sonhos 
quando seus pés me acarinham.

 

Bocas: silêncio no cio,
calam-se gêmeas porque nos sabemos
um só corpo de nossas muitas almas
amantes.

 

Olhos: mansas lagoas
que só de olhar me atiçam
e enfeitiçam.

 

            Quero ser mero regato
            afluente desses lagos,
            vertente desses olhos.


* * * 

 
Poeta Luiz de Aquino

6 comentários:

Gugu disse...

O menestrel deixa fugir da alma bajouja toda a leveza da torrente dos sentimentos. É o seu jeito de justificar a paixão em que se consome.

Profa. Mara Rúbia disse...

Belo poema, tocado pelas mãos de Aquino...

Maria Helena Chein disse...

Templo:
O outro, aquele que é o nosso amor, é o nosso templo. Às vezes tão novo, ou descascando, enfeitado demais ou prestes a cair. Belo poema!

Sônia Elizabeth disse...

A alma gêmea de sua vida...

Sônia Elizabeth disse...

Belo poema!

Valéria Gomes disse...

Poeta. Faz-me perder o rumo de onde segurar o que me resta de ar... Quase me acordas das cinzas, onde me escondi! Lindo e excitante!❤️