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quarta-feira, maio 19, 2021

Esquina

Esquina

 

Hoje, o terreno arrasado
esquece a casa dos primórdios.
O sobrado era solene como avós.

Bicho homem tem pressa de lucros
e tomba antes
que o tombe o Iphan.

Amei alguém neste espaço
a três metros do rés do chão
agora cru.


Poeta Luiz de Aquino

*   *   *

8 comentários:

Gugu disse...

Sua sensibilidade entrou fundo na essência de lembranças que marcam nossa alma e nossa vida.

Miguel Jorge disse...

Muito bom e preciso o seu poema Luiz, diz muito com poucas palavras. Miguel Jorge

Zanilda Freitas disse...

Muito bom esse seu poema de fundo social e como sempre, também de amor .

Samuel disse...

Graças à poesia, palavras e linhas da história, registros de imagens, fotografias e rolos Lumière, enfim, às artes e humanidades, ainda nos resta memória de onde o amor morou e a especulação imobiliária arrasou.

Sônia Elizabeth disse...

Conteúdo rico e mágico.

Maria Helena Chein disse...

“Esquina”
Tanto e tanto você diz nesse poema breve e bem nascido, cheio de memórias e de realidades!

Unknown disse...

Reminiscências sabor lamento e saudade, amor cravado numa esquina, solidão do que foi destruído... Bonito poema. Lêda Selma

Mara Narciso disse...

Paredes no chão são tão tristes quanto um cemitério. Vidas passaram por ali com suas dores e paixões, e não mais. É para chorar, mas... pelo menos houve um amor.