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domingo, maio 16, 2021

Rés do chão, ao olhar

 


Rés do chão, ao olhar

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O táxi, a chuva, madrugada,
o tempo, pessoas e a vontade.
Havia um quê de estranho.


É sempre assim a vez primeira,
um estar insistente e tenso
– tensão, tesão e medo.


Hormônios em êxtase e ávidos,
peles e pelos ostensivos, nus.
Bocas sedentas, secas, quentes.


A noite anda, e aviva a chuva.
Há o ar de espera e ansiedade...
A mão diz adeus, a boca assente.


A pele, não; espera. E acerta
um dia além, futuro e breve:
o mérito é mútuo.

Chiado de rodas no asfalto,
longe e líneo. Olhar frustrado
e baixo: é linha de terra. 

*   *   *
Poeta Luiz de Aquino


2 comentários:

Miguel Jorge disse...

Que precisão de linguagem nesse seu poema, criativo, com imagens precisas que dizem muito, parabéns!

Sônia Elizabeth disse...

Luiz sempre pleno.