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terça-feira, outubro 20, 2020

Enquanto chove



Enquanto chove

 

 

Há essas mãos de que gosto
e me afagam.  
Essas mãos com que sonho


Ganham meu corpo
fazem meus hormônios 
se agitarem.

 

Delicadas, macias, nervosas e tensas.
Aconchegam-me o extremo do sonho,
tocam-me o rosto, o peito.

 

Aquecem-me a pele,
os pelos, o talo rijo
e inquieto.

 

Mãos tateantes,
rítmicas e precisas:
conduzem-me ao ápice.

 

E convidam-me
à comunhão dos corpos
no bem-estar nos lençóis.


* * * * * 

Luiz de Aquino, poeta, membro da Academia Goiana de Letras.

2 comentários:

Pedro Nolasco de Araújo disse...

Digo o mesmo que disse de um anterior: maneira sublime e transcendental de celebrar o amor.
Gostei muito.

Mara Narciso disse...

Tudo produz e faz sentir hábeis mãos. Todos os sentidos nelas: visão, audição, paladar, olfato e tato. Nao duvide.