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sábado, outubro 10, 2020

O TEMPERO DELA

 



O tempero dela

 

 Ela marca minha vida

e há de ser o tempero dos meus dias
para sempre.
Nascemos adultos numa noite aí
entre sons
e vivemos amores entre problemas
até nos sentirmos
vencidos por nós mesmos.

 

Faltam coisas para a nossa igualdade
como o bife
acebolado com o tempero dela,
“a marca do amor nos nossos lençóis”
(*)
e minha presença
no cotidiano.


 

Mas somos únicos
na intimidade que deixamos existir
em justificativas
nos nossos passados tão distantes
e somos iguais
na plenitude do amor maduro
de agora.


* * * * * * 


Luiz de Aquino, poeta, da Academia Goiana de Letras.

(*) De Chico Buarque, in Trocando em miúdos.

 

6 comentários:

Zanilda Freitas disse...

Ah poeta! A saudade faz nascer um poema bonito e com provas de um amor maduro.

Rosy Cardoso disse...

Poeta poetahhhhhh

Raquel Jaime disse...

Maravilhoso !
Como é bom viver um amor maduro, sem medo de ser feliz com muita cumplicidade e desejo de viver mais e mais, haaaá se nascêssemos maduros... nunca perderíamos tempo com futilidades.

Prof. Egmar Chaveiro disse...

Que poema temperado, amoroso!

Sonja Curado Jayme disse...

Uma palavrinha, poeta, você não está nem um pouco preguiçoso. Seus poemas são lindíssimos, como sempre!! Luminosos, suaves, discretos. O amor é o fruto maduro de toda uma vida. Parabéns! Felicidades!

Andréa Fonseca disse...

Sempre achei que viveria um amor assim, não deu.
Parabéns!
Linda declaração/poema.
Andréa Fonseca