Páginas

quinta-feira, setembro 24, 2020

DE VINHO E SOL

 

De vinho e sol



Altiva e serena, a mulher 
levita, não anda; e veio a mim 
como o sol que beija manhãs.


O sol, a construir o dia 
opera milagres de cor 
e amadurece o futuro.

 

A mulher altiva
falou-me de coisa simples
e felizes. E sorrimos.

 

Ao sorrir, era outra vez
o sol a corar areias de mar.
E vestia vinho.

Olhei-a tímido, sonhador,
ânsia de beijo que não veio.
Antevejo o sonho.

 

Amanheceu e o sol
levou de mim a mulher de encanto.
Triste, eu, na manhã, insone e só.






* * * * * *


Luiz de Aquino, poeta e prosador, da Academia Goiana de Letras.

 

6 comentários:

Raquel Jaime disse...

Como sempre, seus poemas são belos, me fazem sonhar...
Viajar...
Imaginar.

Miguel Jorge disse...

Muito bem construídas as imagens da mulher iluminada pelo sol e pelas cores do vinho, algo assim etéreo e eterno como os sonhos de amor.

Nasr Chaul disse...

Beleza. O Vinho, menos que a mulher, deixa a gente, como diria Drummond, embriagado feito o diabo.

Rosamábile Marques de Jesus disse...


Vale viver os sonhos dos seus poemas românticos.. Lindo DE VINHO E SOL! A arte existe para que a realidade muitas vezes não nos oprima. Parabéns Luiz amigo.

Lídia Afonso disse...

Lindo e romântico poema!
Amei!

Mara Narciso disse...

Mas viveu o sonho, produziu poesia, e isso ninguém lhe tira.