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sábado, setembro 26, 2020

QUANDO AMO

 


Quando amo

 

É meu este defeito
de me dar inteiro. Quando amo,
digo tudo (o que me passa)
ao ouvido da Amada: digo em forma
de poesia minha dor, minha alegria,
fatos simples e banais,
feito a pura fantasia
das crianças, dos quintais.

 

Penso nela (quando amo) o dia inteiro,
vejo flores e vitrinas, lingeries,
absorventes, analgésicos,
cosméticos. Lembro dela o tempo todo,
sonho estrelas e carinhos, mãos roçantes,
beijos longos, pés ingênuos se tocando.

 

            Quando amo dou-me tanto 
            que espanto a minha Amada.

 

* * * * * *


Luiz de Aquino, prosador e poeta, da Academia Goiana de Letras.

5 comentários:

adeliafreitas disse...

Belo poema!

Gugu disse...

Maravilhoso. Nós identificamos em cada verso do poema que mostra toda a nossa submissão diante do amor.

Nazareth de Freitas disse...

Que poema lindérrimo! Parabéns!

Mara Narciso disse...

Só não falou do ciúme. Quando amamos o banal toma porte de grande acontecimento. Amo amar, especialmente quando me apaixono. Um encontro entre apaixonados libera energia como um pequeno Big Bang.

Raquel Jaime disse...

Também sou assim, quando amo me dou por completa!
Te entendo perfeitamente, meu amigo e primo.