Páginas

sábado, setembro 26, 2020

ONDAS CURTAS

 

Ilustração: Rosângela Imolesi



Ondas curtas

 

Alva tez à luz

e olhos — luzes firmes,

janelas amendoadas —

sensível força. Me atrai,

insiste e esvai-se

implodindo em mim.


            Como pode a luz

            sustentar tanta beleza?


E ri, discreta, ante o espanto e desejo

de vate inútil e só.

 

            O que dizer desses cabelos
            em frequência de ondas curtas?

 


* * * * * *


Luiz de Aquino, prosador e poeta, da Academia Goiana de Letras.

7 comentários:

Zanilda Freitas disse...

Que coisa bonita! Gosto desse seu encantamento com a mulher, mesmo em ondas curtas.

Maria Helena Chein disse...

Que poema forte e tão doce! É puro deleite e um mergulho na essência do poeta que contempla e vive. Lindo!

Carmem Gomes disse...

Como pode tão pequeno poema conter tanta luz e beleza? Parabéns, poeta!
Lindo!

Miguel Jorge disse...

Muito bom poema, Luiz de Aquino, você tem a verve do poeta romântico por excelência, que trata com fineza o seu transbordamento amoroso. Abraços.

Nasr Chaul disse...

Esses cabelos. depois do poema, já estão em FM...

Itaney Campos disse...

Cabelo em ondas curtas é bem original! E são os nossos cabelos! E das nossas musas!
Marca da raça! Rsrs👏👏

Mara Narciso disse...

Olhos janelas, cabelos anelados e a pergunta, originalissima:como a luz sustenta tamanha beleza? Sem luz não há imagem. E Deus disse: faça-se a luz. E poderia ter acrescentado: faça-se a beleza!