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quarta-feira, novembro 25, 2020

Alguém, se não vieres

 


Alguém, se não vieres


 

Eu preciso que me olhes nos olhos
e decifres a angústia
que te atrai e me tortura.
Eu preciso te dizer certas coisas
que se calaram em mim quando te vi
na manhã imprevista
e indecisa,
mas dizer estas coisas custa ânsias
incontroláveis.

 

Eu preciso de vez que te chegues a mim
e não me digas bom dia
e nem me cobres os dias e noites
da nossa ausência.

 

Eu preciso de alguém
que converse comigo
no amanhecer.


* * *

Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.

4 comentários:

Zanilda Freitas disse...

O amor sem cobranças, que decifre as angústias e converse ao amanhecer, é tudo que nós, reles mortais poetas almejamos.

Andréa Fonseca disse...

Que lindo!

Rosilda Nunes disse...

Lindo ! Lindo! Aqui o lirismo flutua livremente. Não impõe, não busca, mas.... precisa. O que chamamos de poema da individualidade. Ali está a busca eterna existente no interior do eu lírico. Porém, a certeza, de que talvez, não exista esse alguém que tanto espera...
poeta maior... muito lindo!

Adelia Maria Batista disse...

Primeira poesia que li de Luiz de Aquino. Perfeita! 👏👏👏😍😍😍