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quarta-feira, dezembro 16, 2020

Axé!

  Axé!


 

Trago a noite 
que tem pele escura e lembra a mulher primeira:
negra e noturna, 
carinho e tolerância ante a ânsia 
do menino obscuro, virgem e obtuso 
para o sexo, para o amor, para a fêmea. 


Bebo a noite 
(e à noite) porque me encontro perplexo 
ante os mistérios que a luz ofusca 
e há sombras nas curvas e rugas 
da pele moça, negra e balsâmica, 
no cheiro doce do afago espontâneo 
que reage aos meus gestos e me instiga.

 

Brindo à mulher negra 
e meu chope é tua pele.

* * *

Luiz de Aquino, poeta, da Academia Goiana de Letras. 

3 comentários:

Sônia Elizabeth disse...

Exuberante.

Bento Fleury disse...

Parabéns e axé também. Lindo como sempre ��

Sandra Fabiano disse...

Você me faz lembrar de coisas que vezes quero deixar guardado no fundo do coração... E vem você, traz à tona todos. Lindo de viver!