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segunda-feira, dezembro 14, 2020

Beijo


 

Beijo

 

Tocar de lábios, roçar de línguas mornas:
soma de salivas doces, acender de hormônios,

ápice de êxtases.

Tatear de peles eriçadas: sonhar o sonho
de meses e luas cheias, a esperança do encanto,

o tremor no encontro.

Algo se move em nós:
sentimos arder no peito

a chama indescritível.

No ventre, em baixo, arde feito calda
alguma coisa boa.

E nos damos de nós por inteiro.


*&*

Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.

5 comentários:

Sônia Elizabeth disse...

Erotismo bem trabalhado. Muito bom.

Adriano Curado disse...

Poema quente e belo.

Zanilda Freitas disse...

Belo esse seu poema erótico. Amei isso do "tremor no encontro".

Mara Narciso disse...

E tão mais gostoso amar com as suas palavras...

Rosilda Nunes disse...

Poemas de amor brotam aos milhares. São sementes espalhadas por toda mente poética. Férteis, nascem e crescem com facilidade.
Mas, poemas eróticos, isto é outra construção. O físico apresenta muitas dificuldades de ser exteriorizado com precisão e beleza. "Beijo", e um poema de extrema profundidade. Passa pelo físico, caminha pelas sensações do corpo e encontra alma... não é para qualquer poeta descrever sentimentos puros, verdadeiros e eróticos contidos no "beijo". Tão comum aos enamorados, e tão raros em suas descrições minuciosas. No último verso, a consumação total ocorre... eis aí a pincelada final do construtor. O acabamento perfeito da obra. Parabéns, muito perfeito!