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quinta-feira, dezembro 03, 2020

Quando amo

 


Quando amo

 

É meu este defeito
de me dar inteiro. Quando amo,
digo tudo (o que me passa)
ao ouvido da Amada: digo em forma
de poesia minha dor, minha alegria,
fatos simples e banais,
feito a pura fantasia
das crianças, dos quintais.

 

Penso nela (quando amo) o dia inteiro,
vejo flores e vitrinas, lingeries,
absorventes, analgésicos,
cosméticos. Lembro dela o tempo todo,
sonho estrelas e carinhos, mãos roçantes,
beijos longos, pés ingênuos se tocando.

 

            Quando amo dou-me tanto 
            que espanto a minha Amada.


*&*


Luiz de Aquino, poeta, da Academia Goiana de Letras.

6 comentários:

Hélverton Baiano disse...

É um amor dar-se 👏👏👏

Waldir Ferreira disse...

Só a poesia, o amor e o sorriso merece uma revanche.
Belos poemas meu amigo.

Bento Fleury disse...

Obrigado. Ela bem o merece🥰

Itaney Campos disse...

Bonito! Verdadeiro! “Quando amo, amo intenso, é dia, noite e madrugada, amo tanto, tão sem limites e sem tempo, que termino por sufocar a bem amada! “ rsrs.. amor é coisa louca, Luiz! 😂😂😂

Mara Narciso disse...

Concordo com seu sentimento de espantar a amada. Alguns apaixonados "colam-se" nela. Resultado: o que existe em abundancia não tem valor.

Miguel Jorge disse...

Muito bom, feito com ternura e tesão.