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quinta-feira, dezembro 10, 2020

Úberes e nádegas

Úberes e nádegas

 

Que nome hei de dar à saudade, Anamélia?
O teu, talvez, sempre lembrado por tudo o
                                                                     [que me falta
e é querido, por tudo o que sonhado não se
                                                                               [fez real.
O que fazer da saudade, Anamélia?,
senão deixar que me torture mais e sempre,
como uma pedra no sapato
ou esta dor sempre presente,
lenta e persistente, a habitar
indiscreta
um cantinho estimado em meu ventrículo 
                                                                          [esquerdo.



No íntimo e na morada
do mais puro sentir, o aconchego
da imagem que seria nossa:
aberçada em meu peito
não eras mais que úberes e nádegas,

           
                    saliências indispensáveis
                    a acalentar meus sonhos
                    de sonhar contigo. 

*&*

Luiz de Aquino, poeta, da Academia Goiana de Letras.




2 comentários:

Mara Narciso disse...

O entristcimento da pandemia me deixa sensível e vou às lagrimas com qualquer menção de abandono e solidão.

Rosy Cardoso disse...

Vivaaahhh poeta muito belo!