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segunda-feira, janeiro 04, 2021

Águas do Altiplano



Águas do Altiplano

 

Águas claras
do Planalto Central, feito saliva
da minha boca de sede, tesão,
busca o vale Meia Ponte, Paranaíba,
contorna montes seios de picos, mamilos,
e corre ao sul, Paraná Prata.




Seiva de mim, sangue quente
célere pulso excitação
hormônios em transe
transar pensar, viajar e sonhar
eis-me, ei-la, corpos cálidos
e ávidos de gozo.

 Boca e olhos e pele 
é quente  
e há sede, luxúria, volúpia.


Bocas nossas unas e tontas,  
mãos a explorar desejos 
vãos de virilhas, 
pelos, axilas, farta carne 
esguios corpos, os nossos.


 

Frêmito tesão, eriçadas peles
a desejar-se: encontro. Rio e mar,
riomar de barrafoz, água turba do Planalto
a adentrar o mar de azul e claro.


 

Ah, mar imenso! Resistente vagina
a acolher feliz
o falo rio que vem do alto, corre terras,
cerca as serras e beija o sal
do mel mais íntimo
ao sol da vulva
acolhedora e doce.


              

Doce sal do mar salgado, 
esse que bebo 
e me farta!


* * *

Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.


Um comentário:

Gugu disse...

A natureza é a natureza humana se entrelaçam na ternura dos versos do poeta.