Páginas

domingo, janeiro 24, 2021

Nova Era Minas

De um conjunto de poemas exaltando Minas Gerais, este domingueiro, numa viagem de carro há 35 anos:


Nova Era, MG.


 IV – Nova Era Minas 
(Nova Era, vista da rodovia, dezembro/86)

 

Estão cheios os rios de Minas
no domingo derradeiro.

            Não há nada mais mineiro
            que uma tarde de domingo.

Os rios de Minas estão cheios
e as estradas de Minas enfeitam-se nas margens
com as cores todas de trajes domingueiros.

            Não há nada mais domingueiro
            que o povo mineiro.

Meu jeito goiano viaja veloz
nas estradas de Minas.

            Amanhã tem Bahia
            para eu ver o que tem.

Nas rochas negras do vale do aço
nem sei o traço para o amanhã.
Nova Era, talvez, vulvamente espremida entre morros,
beijada de manso pelas águas, torrentes
das chuvas de Minas sobre o rio.

Na tarde de Minas, domingo final de dezembro,
ainda chove em pedaços de tarde.

 

E ainda há Minas, José!,
apesar das estradas esfaceladas
ante a pujança do aço
no doce vale.


 * * *

Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.


6 comentários:

Itaney Campos disse...

“Não há nada mais mineiro que uma tarde de domingo...” - muito bom!

Miguel Jorge disse...

Muito bom mesmo seu poema, Luiz, viagem prazerosa pelas paisagens mineiras.

Lídia Afonso disse...

Gostei muito do poema exaltando a beleza de Minas Gerais na sua proveitosa viagem.

Maria Helena Chein disse...

Nova era Minas
O homem viaja nas estradas de Minas com os rios e as rochas, correndo manso
naquele “domingo final de dezembro” e ele sabe do povo domingueiro, porque é goiano de coração maior que Minas. E ainda mais que tudo, é poeta. Dos bons.

Sônia Elizabeth disse...

Um poema louvando Minas como se louvasse uma mulher!

Denia disse...

Nova Era... cidade natal de minha avó materna ( Anna Theresa Martins da Costa)!