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sábado, janeiro 23, 2021

A moça à porta

 


A moça à porta

 

Moça magra de vestido claro
à porta.
Sorriu para mim, recitou bom dia
e tinha nos olhos
luzes que o sol tentava pôr na manhã.
Era novembro.

(O som de vozes enricou o palco
de São Joaquim).

A moça alta de vestido claro
contou coisas de ler e letras.
Ao falar, encheu o ar
de mel e música.

(Houve a tarde de sol cáustico
mas há o sempre Rio Vermelho e sobre ele
debruça Cora, casa e passado).

Quintal de muitas ateiras.
canto sonoro de pássaros.
O sol promete ir embora.
A moça alva de vestido claro
enfeita a soleira.
Nossos olhos fulminam-se, doces.

Mais doces são os lábios
colados silentes na despedida.


 * * *

Poeta Luiz de Aquino, da Academia Goiana de Letras.

11 comentários:

Zanilda Freitas disse...

Que lindo esse poema!

Miguel Jorge disse...

Que beleza de poema Luiz, parabéns, abraços.

Sônia Elizabeth disse...

Bucolico, saudoso, com cheiro de cidade historica.

Adélia Freitas disse...

Uma riqueza de poema.

Rosy Cardoso disse...

Ettaaahhh poeta lindo! Adorei
Da até pra musicar .

Rosy Cardoso disse...

Eta, poeta lindo!... essa moça bonita dá até pra musicar.

Maria Helena Chein disse...

A moça à porta
Belo poema, cheio do poeta e da poesia! Imagens com forte presença amorosa de quem observa e de quem se deixa ver, em toda sua plenitude de mulher.

Waldir Ferreira disse...

Bom dia amigo, belíssimo poema, que bateu em minha porta.

Lídia Afonso disse...

Lindo poema, A moça à porta aberta! Parabéns!

Unknown disse...

Que entardecer poético... Parabéns!!!

Mirian Da Silva Cavalcanti disse...


"O som de vozes enricou o palco de São Joaquim". Poesia toda linda, que se derrama e escorre macia. Ô, poeta!