Será
nuvem, será?
– Será?
– Uma bala abala-lhes moléculas ou
cristais de vapor d'água, apenas, e sequer lhes afetam as formas, porque as
nuvens têm qualquer forma. E para mim – especialmente para mim – você virou
nuvem. Bonito de se ver e tanto mais bonita quando mais distante. Frias na
intimidade, perigosas quando resolvem agir.
– Que analogia, hein.
– Já notou o quanto elas (as nuvens) nos
parecem carinhosas? Não dá vontade de ser abraçado, acolhido por elas?
– Nuvens?
–Sim, as nuvens... aquelas que aparecem
em tempos de céu azul, azul demais, são claras e muitas, feito manada de
nelore. Mas não se unem, espalham-se no céu e são chatas, como se postas sobre
um tampo vítreo, incolor e plano em mesmo nível. E há Estratos – aquelas que
lembram escumilha, filó...
– E as de chuva!
– Terríveis! Assustadoras, essas. São as de tom escuro, cinza e chumbo, trágicas e indevassáveis. Feito os olhos de Stela: taciturnas, casmurras, sorumbáticas e tristes.
2 comentários:
E há também as nuvens que viram bicho. Na minha infância, eu deitava de barrica pra cima el algum lugar possível e me ponha a procurar bichos no céu. Ainda faço isso, mas sem me deitar no chão.
Nuvens, ainda que alvas, leves, feito algodão, sao misteriosas, surpreendentes.
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