Calor: flor e
almíscar
Das
tépidas águas nascidas das rochas,
oriundas de fendas profundas,
nasci ansioso de ar e odores.
Planeta
tinha a crosta jovem
como pele adolescente, suscetível
a acnes e pústulas.
(Era
assim, dizem os livros,
a face brasilis em tempos
do paleolítico).
Ante
meus olhos, a serra;
cicatriz na pele da Terra
em minha terra natal.
E
os estudos que contam
das águas percoladas que brotam
do chão com calor de vulcão.
E
do longe, das escarpas
doutras terras, noutra serra,
a vida em rubr’anil de lavanda.
Vi-lhe
fotos de rosto e paisagem,
a encosta serrana, o sorriso em Simone
e o indício do aroma:
Alfazema,
disse ela; buquê
de lavanda, feitiço de almíscar
e de âmbar.
Termas
o odores, nós ambos
ante a flor de lavanda;
e um som de Chico e Tom.
* * *
5 comentários:
Salve! Ao som de nossos bons compositores a imensa paisagem da vida.
Fico com a flor e almíscar do seu poema de enlevo e sabedoria, abraço!
Um mergulho profundo nas nossas lembranças, parece que o ontem distante de repente, estava aqui.
Nesse doce encanto de perfume e flores naveguei no passado e presente do seu poema!
Calor, flor e almíscar
As termas e os aromas despertam e seduzem o poeta, acostumado a lidar com as emoções, nesta beleza de versos contidos, ritmados, perpétuos!
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